Em cada 100 pessoas em teletrabalho, 48 estão em Lisboa e arredores
Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística nesta sexta-feira reportam-se aos nove meses entre Abril e Dezembro do ano passado.
No universo da população empregada nos nove meses de 2020 afectados pela pandemia, 15,6% esteve em teletrabalho. A Área Metropolitana de Lisboa é entre as sete regiões analisadas a que concentrou mais pessoas nesse regime – quase metade (48%) – e também a que tem mais trabalhadores em teletrabalho no total das pessoas empregadas. Foram 27,9% nesse período em análise entre Abril e Dezembro do ano passado.
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No universo da população empregada nos nove meses de 2020 afectados pela pandemia, 15,6% esteve em teletrabalho. A Área Metropolitana de Lisboa é entre as sete regiões analisadas a que concentrou mais pessoas nesse regime – quase metade (48%) – e também a que tem mais trabalhadores em teletrabalho no total das pessoas empregadas. Foram 27,9% nesse período em análise entre Abril e Dezembro do ano passado.
Sem surpresas, o Instituto Nacional de Estatística (INE) sustenta estes dados na evidência de que o teletrabalho assume maior expressão nas cidades porque é aí que são desenvolvidas as actividades que podem ser exercidas a partir de casa. Informação e comunicação, actividades de finanças e de seguros, consultoria, actividades científicas e técnicas bem como administrativas e de serviços de apoio são as áreas de emprego em que essa opção está mais facilitada, o que se reflecte nos números divulgados nesta sexta-feira.
A área metropolitana de Lisboa albergava 48 pessoas em cada 100 pessoas em teletrabalho. Entre Abril e Dezembro de 2020, a repartição nas restantes regiões mostrava que, na região Norte, 28 em 100 trabalhava a partir de casa.
Peso na população
Assim, nota o INE, embora a região Norte também apresente esse peso significativo na população em teletrabalho do país (mais de um quarto), a expressão do teletrabalho na população empregada residente naquela região (12%) é “bastante menos expressiva do que a verificada na região de Lisboa" onde chega aos 48%.
Estes dados permitem concluir que, em todo o país à excepção da região de Lisboa, a proporção de população em teletrabalho em relação ao universo total de pessoas a trabalhar foi inferior à média nacional de 15,6%. As regiões autónomas dos Açores e da Madeira albergaram menos de 9% do total.
Excluindo a capital e concelhos limítrofes, o peso do teletrabalho do conjunto de pessoas que estavam empregadas diminui quando a análise é feita a partir do Norte para Sul. Na região Centro, menos de 15 em 100 pessoas empregadas estiveram em teletrabalho.
Alentejo e Algarve
No Alentejo e no Algarve essa expressão foi diminuta – apenas 4,3 em cada 100 pessoas com emprego e 2,7 em 100 pessoas respectivamente. Por outro lado, nos Açores e na Madeira, apenas 1,3% da população esteve em teletrabalho.
O padrão encontrado está associado “às diferenças das estruturas produtivas regionais”, continua o INE. E explica que “a proporção do emprego em teletrabalho foi superior ao dobro da média nacional em três ramos”.
Nas actividades de Informação e Comunicação foi quatro vezes superior (66,9%); nas actividades financeiras e de seguros atingiu com 47,6% o triplo dos 15,6% da média; e por fim as actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; actividades administrativas e dos serviços de apoio foi mais do dobro (32,5%).