Primeiro-ministro diz que Sines pode ser “campeão” no hidrogénio verde na Europa

O chefe do Governo apresentou esta sexta-feira o projecto de um megacentro de dados global a instalar em Sines pela empresa de capitais anglo-americanos detida pela Davidson Kempner, que comprou a polémica carteira de grande devedores Nata II ao Novo Banco.

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LUSA/TIAGO CANHOTO

O primeiro-ministro, António Costa, realçou esta sexta-feira que Portugal tem “a energia solar mais barata à escala mundial”, factor que pode contribuir para tornar Sines (Setúbal) num “campeão da produção de hidrogénio verde” na Europa.

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O primeiro-ministro, António Costa, realçou esta sexta-feira que Portugal tem “a energia solar mais barata à escala mundial”, factor que pode contribuir para tornar Sines (Setúbal) num “campeão da produção de hidrogénio verde” na Europa.

Em Sines, onde fechou recentemente a central termoeléctrica da EDP, deixará de ser produzida energia a partir do carvão, mas passará a ser produzida energia “através de hidrogénio verde”, lembrou o chefe do Governo, numa cerimónia nesta cidade do litoral alentejano.

“E por que é que Sines pode ser um campeão da produção de hidrogénio verde em toda a Europa?”, questionou António Costa, respondendo, logo de seguida, que é “pela mesmíssima razão” que vai acolher um megacentro de dados global, um projecto da empresa de capitais anglo-americanos start campus.

Segundo o primeiro-ministro, de entre outras localizações pelas quais os promotores poderiam ter optado, escolheram Sines “porque aqui é possível ter um mega datacenter energeticamente sustentável”.

“E mais”, isto é, “com a energia renovável mais barata que é possível encontrar”, porque nos “dois últimos leilões” realizados foi possível “bater o recorde mundial do preço da energia solar mais barata à escala mundial”, frisou.

“Nós temos a energia de origem solar mais barata à escala mundial”, insistiu o primeiro-ministro, argumentando que este o país pode sempre “manter esse recorde porque a energia solar é um recurso que é inesgotável”.

E, tal como “a energia barata foi uma condição fundamental” para a start campus escolher Sines, “essa mesma energia barata será também fundamental para instalar aqui os pontos onde se podem fazer a hidrólise para a produção do hidrogénio verde”, afiançou.

O chefe do Governo discursava na cerimónia de apresentação do projecto de um megacentro de dados global a instalar em Sines pela empresa de capitais anglo-americanos start campus.

O denominado Sines 4.0 prevê um investimento de “até 3500 milhões de euros” num ‘campus Hyperscaler Data Centre’, com capacidade até 450 Megawatts (MW), que “criará até 1200 postos de trabalho directos altamente qualificados e pode vir a gerar 8.000 novos empregos indirectos até 2025”, segundo a empresa promotora.

O investimento da empresa detida pelos norte-americanos da Davidson Kempner Capital Management LP (Davidson Kempner) e pelos britânicos da Pioneer Point Partners foi apresentado numa cerimónia em que participaram ainda o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e vários secretários de Estado.

Com início de construção previsto para 2022, envolvendo 900 pessoas numa primeira fase e até 2.700 no total, o Sines 4.0 deverá inaugurar, no final de 2023, o primeiro dos cinco edifícios projectados.