Novo estado de emergência de Tóquio deixa Jogos Olímpicos em suspenso
No meio de avanços e recuos e de posições antagónicas de governo e comité organizador, cresce no Japão um sentimento favorável a novo adiamento ou até ao cancelamento das olimpíadas.
Menos de 48 horas depois de Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional, ter apresentado um discurso de optimismo e confiança relativamente à organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, deixando apenas em aberto a questão relativa ao número de espectadores, sem aprofundar a possibilidade de os Jogos serem realizados à porta fechada, adensa-se, mais uma vez, a questão da viabilidade do evento, que já sofreu um adiamento de 2020 para 2021.
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Menos de 48 horas depois de Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional, ter apresentado um discurso de optimismo e confiança relativamente à organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, deixando apenas em aberto a questão relativa ao número de espectadores, sem aprofundar a possibilidade de os Jogos serem realizados à porta fechada, adensa-se, mais uma vez, a questão da viabilidade do evento, que já sofreu um adiamento de 2020 para 2021.
A três meses do início dos Jogos Olímpicos, o primeiro-ministro japonês veio declarar o terceiro estado de emergência para Tóquio e para três outras prefeituras, como forma de contenção à propagação da covid-19. Um cenário que reforça a hipótese de cancelamento dos Jogos, admitido na semana passada pelo “número dois” do Partido Liberal Democrático do Japão (no poder), Toshihiro Nikai, e prontamente negada pela presidente do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Verão, Seiko Hashimoto.
Agora, na sequência do anúncio do terceiro estado de emergência feito por Yoshihide Suga, para cumprir entre 25 de Abril e 11 de Maio - não estando descartada a possibilidade de ser estendido no tempo caso não se verifiquem as melhorias desejadas -, levantam-se algumas questões sobre o timing escolhido, que coincide com a próxima visita de Thomas Bach a Tóquio, a 12 de Maio, gerando desconfiança relativamente às prioridades do Governo e a uma cedência aos interesses e pressões da organização dos Jogos Olímpicos, colocando em segundo plano a questão da saúde pública.
Com a campanha de vacinação atrasada e a incidência de casos de covid-19 a aumentar, é cada vez mais discutível o plano de avançar com um evento “seguro e protegido”, conforme preconiza Yoshihide Suga, empenhado em transformar os Jogos Olímpicos num símbolo do triunfo da humanidade sobre a pandemia.
O início dos Jogos Olímpicos está marcado para 23 de Julho, com a cerimónia de encerramento prevista para 8 de Agosto (os Paralímpicos estão agendados entre 24 de Agosto e 5 de Setembro), mas no Japão, depois da decisão de o país não receber adeptos estrangeiros, há um sentimento crescente em torno de novo adiamento ou mesmo cancelamento da competição.