Homem mordido por víbora-cornuda sai dos cuidados intensivos após toma de antídoto

Homem de 60 anos foi internado em Abrantes na terça-feira, onde ficou em observação, depois de ter sido mordido por uma víbora-cornuda enquanto limpava o seu jardim.

Foto
Wikipédia A víbora-cornuda é endémica em Portugal e Espanha, especialmente em regiões montanhosas e rochosas

O homem que foi mordido por uma víbora-cornuda no seu jardim, em Santa Margarida (Constância), teve alta esta quinta-feira da unidade de cuidados intensivos do Hospital de Abrantes, onde deu entrada em estado grave na terça-feira, informou fonte hospitalar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O homem que foi mordido por uma víbora-cornuda no seu jardim, em Santa Margarida (Constância), teve alta esta quinta-feira da unidade de cuidados intensivos do Hospital de Abrantes, onde deu entrada em estado grave na terça-feira, informou fonte hospitalar.

“O senhor está bem e a situação clínica está a evoluir favoravelmente, depois de lhe ter sido administrado ontem [quarta-feira] ao final da tarde um antiveneno (antídoto), pelo que esta manhã saiu dos cuidados intensivos e regressou à enfermaria”, onde continua em observação, disse à Lusa fonte do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que gere as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, todas no distrito de Santarém.

O homem, de 60 anos, residente na Portela de Santa Margarida, concelho de Constância, foi internado em Abrantes na terça-feira, onde ficou em observação, depois de ter sido mordido por uma víbora-cornuda, enquanto limpava o seu jardim, cerca das 13h.

Na quarta-feira, um agravamento da sua situação clínica obrigou a internamento na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Hospital de Abrantes, em estado considerado “grave, mas estável”, tendo-lhe sido administrado um antídoto contra o veneno pelas 18h e ao qual reagiu de forma favorável.

Em declarações à Lusa, o comandante dos bombeiros voluntários de Constância (Santarém), Marco Gomes, contou que na terça-feira foi dado um alerta de socorro para um homem que “andava a arrancar ervas e a cuidar do jardim”, quando foi mordido por uma cobra num braço.

O homem, acrescentou Marco Gomes, foi transportado para o Hospital de Abrantes “com muitas dores e grande inchaço”, para acompanhamento médico e vigilância previsível de 72 horas.

Ainda segundo o comandante dos bombeiros voluntários de Constância, após análise da espécie e registo fotográfico de cobra, abatida no local, e depois de chamado o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (Sepna) da Guarda Nacional Republicana (GNR), “chegou-se à conclusão que era uma víbora-cornuda, uma espécie não muito habitual na zona, sendo o seu habitat em serras e zonas mais rochosas e que habitualmente não ataca, se não se sentir ameaçada”.

“O homem, ao estar a arrancar as ervas no jardim de sua casa, deve ter tocado na cobra e esta atacou, sentindo-se ameaçada”, disse, acrescentando que se tratava de um “exemplar juvenil”, com cerca de 15 centímetros. Marco Gomes adiantou ainda que “as víboras-cornudas têm em média 50 centímetros na idade adulta” e que nunca tinha acontecido um caso de mordidela com estas cobras na zona.

O comandante dos bombeiros voluntários alertou, por isso, para a importância dos cuidados a ter aquando de uma mordidela deste género ou uma picadela de uma abelha, “situações que podem causar um choque anafilático” devido ao veneno tóxico na corrente sanguínea.

“Quando acontece uma situação destas, o melhor é a pessoa manter a calma, não se enervar e evitar mexer-se para não espalhar o veneno no corpo e ser imediatamente assistido, sendo que, excepcionalmente, pode representar risco de vida, nomeadamente em crianças”, assinalou.

A víbora cornuda tem uma cabeça triangular com um apêndice na zona nasal, o que levou a serem denominadas por “cornudas”. Tem predominância em Portugal e Espanha e os efeitos da sua mordidela podem durar entre um e três dias. A Organização Mundial de Saúde aconselha vigilância durante 72 horas após a ocorrência.