António Zambujo passou do “caos total” à acalmia de Voz e Violão
Depois da exuberância instrumental do álbum Do Avesso, António Zambujo deu forma em 2020 a uma ideia antiga: gravar um disco a solo total, só voz e viola. O título, Voz e Violão, foi buscá-lo a um disco homólogo de João Gilberto, que muito o influenciou, a par de Baladas e Canções de José Afonso. O resultado chega esta sexta-feira às lojas e às plataformas digitais.
Quando saiu Do Avesso, em 2018, o título do Ípsilon, a encabeçar uma entrevista conduzida por Gonçalo Frota, foi este: “Há um novo António Zambujo que soa a Tom Waits e Beach Boys”. Isto depois de o termos visto e ouvido a cantar Chico Buarque (Até Pensei Que Fosse Minha, de 2016), a encher coliseus em dezenas de sessões junto com Miguel Araújo e a moldar os seus passos musicais entre o fado, o cante alentejano e influências do Brasil e do chamado cool jazz. E foi o que António Zambujo foi fazendo, do já distante O Mesmo Fado (2002), gravado há quase duas décadas, até Rua da Emenda (2014), passando por títulos tão diversos quanto Por Meu Cante (2004), Outro Sentido (2007), Guia (2010) e Quinto (2012). Pois bem: Voz e Violão, que agora chega às lojas e às plataformas digitais, difere de todos os outros por ser o seu primeiro disco em solo absoluto. E por ser o avesso Do Avesso, como ele diz ao Ípsilon.