Surfista recupera prancha de surf perdida na Tasmânia, quatro anos depois

Danny Griffiths, um surfista australiano habituado a ondas grandes, perdeu a prancha quando surfava numa ilha da Tasmânia, em 2017. Passados quatro anos, o inesperado acontece e a prancha verde, que julgava nunca mais reaver, foi encontrada a 2700 quilómetros, no Norte de Queensland.

Foto
Tim Marshall/Unsplash

Em Março de 2017, Danny Griffiths surfava, a 26 quilómetros do estado australiano da Tasmânia, quando perdeu a prancha de surf no mar, depois de cair numa onda, na ilha de Pedra Branca. Quando emergiu, não encontrou a prancha. Desaparecida desde então, Griffiths já tinha desistido de procurar a prancha, que “nunca pensou voltar a ver novamente”, como contou à CNN.

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Em Março de 2017, Danny Griffiths surfava, a 26 quilómetros do estado australiano da Tasmânia, quando perdeu a prancha de surf no mar, depois de cair numa onda, na ilha de Pedra Branca. Quando emergiu, não encontrou a prancha. Desaparecida desde então, Griffiths já tinha desistido de procurar a prancha, que “nunca pensou voltar a ver novamente”, como contou à CNN.

O facto de esta ser especificamente desenhada para ondas grandes, muito pesada e sem corda, apesar de ser pintada com cores garridas para as pessoas a conseguirem ver no mar, levou o surfista australiano a acreditar que nunca mais a iria encontrar.

“Isto nunca me tinha acontecido. Nunca tinha perdido uma prancha destas antes”, revelou à BBC. “Pensei que tivesse batido em pedras, ou gelo, algures, e que nunca mais a iria recuperar.”

Isto até recentemente, quando começou a circular uma notícia, na comunidade de surf local, de que uma prancha tinha sido encontrada no Norte de Queensland, a cerca de 2700 quilómetros da Tasmânia. Um casal que estava a passar férias na zona contou a alguns surfistas que, há dois anos, os filhos tinham encontrado uma prancha de surf enquanto estavam a pescar.

As fotos da prancha não deixaram dúvidas aos surfistas, que imediatamente reconheceram a prancha de Danny Griffiths, mesmo tendo passado quatro anos. “Assim que a vi soube que era minha, mesmo com cracas agarradas”, disse à CNN.

A prancha tinha sido recuperada em 2019, pelos filhos do casal, e levada para casa como troféu. Os irmãos tinham-na limpado e pendurado na parede quando Danny a pediu de volta e, apesar de alguma relutância inicial, concordaram em devolvê-la.

Agora, depois de reaver a prancha, Griffiths recorreu a um oceanógrafo à procura de uma justificação para esta ter viajado 2700 quilómetros e ainda se encontrar perfeitamente “surfável”.

O oceanógrafo Shane Keating explicou à BBC que a justificação mais provável para a viagem inesperada da prancha de Danny Griffiths é esta ter sido arrastada para norte, contra a corrente, puxada pelas ondas. O cientista calcula que andou à deriva no mar cerca de 16 meses e resistiu por ter uma construção mais pesada e resistente do que os modelos-padrão das pranchas de surf, conseguindo colidir com rochas ou sobreviver a bicadas de aves marinhas.

O surfista, que tinha mandado fazer a prancha especificamente para surfar em Pedra Branca, já tinha tentado várias pranchas de  substituição, mas nenhuma se assemelhava à original, tendo até ponderado desistir do surf. “Pranchas como esta são construídas para resistir a muita pressão”, explicou Griffiths à CNN, acrescentando que provavelmente se podia atropelar uma com um carro sem esta se partir.

Agora, após o reencontro e pronto para voltar ao mar, com a prancha verde que julgava ter perdido para sempre, Danny Griffiths quer voltar à ilha de Pedra Branca. De olho na meteorologia, até o tempo estar favorável para poder “voltar a usá-la” e apanhar novas ondas para recuperar o tempo perdido.

Texto editado por Ana Maria Henriques