Vacinação diária de 100 mil pessoas “dentro de duas a três semanas”
Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task-force, diz que este número diário tem de ser atingido para dar vazão a todas as vacinas que o país vai receber.
O coordenador do plano de vacinação afirmou esta terça-feira que, dentro de duas a três semanas, será possível vacinar em média 100 mil pessoas por dia, um processo que será “complexo” pela rapidez e número de doses a administrar.
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O coordenador do plano de vacinação afirmou esta terça-feira que, dentro de duas a três semanas, será possível vacinar em média 100 mil pessoas por dia, um processo que será “complexo” pela rapidez e número de doses a administrar.
“Imaginem o que é ter um processo que mete 1% da população portuguesa todos os dias num determinado local para ser vacinada, de forma organizada e sem perturbações. Sete dias por semana sem cansaço e sem descansos”, referiu Gouveia e Melo.
O coordenador da task force que coordena a vacinação contra a covid-19 falava num debate online que marcou o início da campanha nacional “Conversas com Cientistas - Décadas de Ciência para Dias de Vacinas”, coordenada por um grupo de instituições científicas portuguesas em parceria com a Ciência Viva e a Sociedade Portuguesa de Imunologia.
Segundo Henrique Gouveia e Melo, a segunda fase da vacinação está a ser organizada e testada e as “indicações são positivas”, sendo necessário vacinar cerca de 100 mil pessoas diariamente, já “dentro de duas a três semanas”, para utilizar todas as vacinas que o país vai receber.
“Passamos de uma fase de detalhe para uma fase em que a fluidez do processo é a coisa mais importante”, salientou o coordenador da task force, para quem esta segunda fase do plano de vacinação “tem como objectivo libertar a economia e libertar os portugueses deste vírus”.
Gouveia e Melo adiantou ainda que Portugal está a vacinar já a ritmo “muito acelerado”, face às vacinas que tem disponíveis, o que faz com que o stock deste fármaco seja apenas o “mínimo de reserva para garantir as segundas doses mais imediatas”.
“Nós estamos a passar da fase de menor disponibilidade de vacinas, em que a grande preocupação era concentrar as vacinas nas pessoas mais frágeis, para uma fase de maior disponibilidade, em que a preocupação é libertar as pessoas desta pandemia e libertar a economia”, salientou o responsável da task force.
Segundo disse, esta segunda fase do plano vai obrigar a uma capacidade de agendar “100 mil pessoas todos os dias de forma correcta e sem falhas”, o que levou à criação de um sistema de autoagendamento da vacinação, “evitando ser o sistema central a encontrar as pessoas” para serem vacinadas.
“Este é um processo complexo por dois factores que se unem: a necessidade de criar um processo massivo, em que temos de dar 20 milhões de injecções, e também pelo facto de ser urgente, face ao curto espaço de tempo em que queremos fazer isso”, disse.
Depois de admitir que os “ziguezagues” que se verificaram com algumas vacinas, como é o caso da AstraZeneca, “retiram confiança na população no processo de vacinação”, Gouveia e Melo adiantou que a task force tem desenvolvido um trabalho de “comunicar, planear e organizar o processo” de vacinação.
“Eu, que sou um submarinista e que não gosto de andar à superfície, gosto de andar debaixo de água escondido, agora, infelizmente para mim, tenho de estar permanentemente na televisão a explicar coisas e a comunicar”, disse.
Segundo anunciou esta terça-feira a Direcção-Geral da Saúde, mais de dois milhões de pessoas já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que equivale a 20% da população portuguesa.
Um total de 2.015.225 pessoas já tomaram a primeira dose, enquanto 689.329, que representam 7% da população, já têm a vacinação completa contra o vírus SARS-CoV-2.