PS-Porto chama a si processo eleitoral autárquico em Paços de Ferreira
Clima de conflitualidade entre o presidente da câmara e a concelhia do PS levou o secretariado da distrital reunir-se de emergência.
A comissão política distrital do PS-Porto vai avocar (chamar a si) o processo eleitoral autárquico de Paços de Ferreira devido à polémica que se instalou no partido. A decisão foi tomada esta segunda-feira à noite numa reunião (via digital) do secretariado da distrital, órgão restrito da confiança do presidente da comissão política (que terá ainda de ratificar a avocação).
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A comissão política distrital do PS-Porto vai avocar (chamar a si) o processo eleitoral autárquico de Paços de Ferreira devido à polémica que se instalou no partido. A decisão foi tomada esta segunda-feira à noite numa reunião (via digital) do secretariado da distrital, órgão restrito da confiança do presidente da comissão política (que terá ainda de ratificar a avocação).
Ao que o PÚBLICO apurou, a distrital ainda tentou convencer a concelhia – que ratificou o nome do presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito, mas com “algumas condições” –a transferir o processo para a responsabilidade da comissão política distrital por iniciativa própria, mas sem sucesso.
A decisão do secretariado distrital foi tomada horas depois de o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito, ter declarado que não aceitará concorrer pela terceira vez nas eleições autárquicas de Outono “com este PS” concelhio, liderado por Armanda Fernandez, que revelou estar a ponderar avançar com uma queixa à direcção nacional sobre o processo autárquico no concelho.
“Não estou disponível para discutir lugares e não contem comigo para isso. Nunca serei candidato com este PS concelhio. Lamento esta situação e reafirmo que não estou disponível para ser candidato apenas para me manter no lugar de presidente”, declarou esta segunda-feira ao PÚBLICO Humberto Brito, referindo ter o “apoio de 65% da população do concelho” que é sociologicamente social-democrata.
Da reunião do secretariado distrital saiu uma posição de apoio ao autarca socialista através de um comunicado em que o partido elogia o papel de Humberto Brito. “A Câmara Municipal de Paços de Ferreira encontrava-se, em 2013, numa situação de bancarrota. Hoje, fruto do trabalho autárquico liderado por Humberto Brito, constitui um exemplo para o país e um orgulho para o PS. O projecto desenvolvido nestes oito anos é, por isso, e a todos os títulos, extraordinário e deve ser continuado”, refere o texto.
“A situação interna de conflitualidade no seio do PS concelhio exige que sejam tomadas, com urgência, medidas em relação à condução do processo autárquico. Assim sendo, o secretariado da federação distrital do Porto do PS decidiu, nos termos estatutários, avocar o processo eleitoral autárquico no concelho de Paços de Ferreira”, acrescenta o comunicado.
“Na sequência desta decisão, todo o processo eleitoral autárquico passará, de imediato, a ser liderado pelo presidente e recandidato Humberto Brito, contando com inequívoco e total envolvimento da federação distrital do Porto”, sublinha ainda o comunicado, considerando que esta “é a decisão que melhor serve os interesses e aspirações dos pacenses e do município, respeitando os valores do PS”.
Na prática, a decisão da distrital transferiu o poder de decisão sobre as listas das mãos da líder da concelhia (Armanda Fernandez) para as do actual autarca (Humberto Brito).