Brian Sicknick, polícia do Capitólio dos EUA, morreu de causas naturais
Relatório da autópsia indica que Brian Sicknick, de 42 anos, sofreu dois acidentes vasculares cerebrais oito horas depois de ter sido atacado com um spray, no dia 6 de Janeiro.
O polícia norte-americano Brian Sicknick, que participou na defesa do Capitólio dos EUA durante a invasão do edifício por apoiantes de Donald Trump, sofreu dois acidentes vasculares cerebrais oito horas depois de ter sido atacado com um spray e morreu de causas naturais no dia seguinte, concluiu o responsável pelo gabinete de medicina legal de Washington D.C.
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O polícia norte-americano Brian Sicknick, que participou na defesa do Capitólio dos EUA durante a invasão do edifício por apoiantes de Donald Trump, sofreu dois acidentes vasculares cerebrais oito horas depois de ter sido atacado com um spray e morreu de causas naturais no dia seguinte, concluiu o responsável pelo gabinete de medicina legal de Washington D.C.
O relatório da autópsia foi divulgado na segunda-feira pelo médico-legista Francisco J. Diaz, 14 semanas após a invasão e ocupação do edifício que alberga as duas câmaras do Congresso dos EUA – a Câmara dos Representantes e o Senado.
No dia 6 de Janeiro, apoiantes do então Presidente norte-americano, Donald Trump, tentaram impedir a cerimónia de contagem e certificação dos votos do Colégio Eleitoral que deram a vitória ao candidato do Partido Democrata, Joe Biden, na eleição presidencial de Novembro de 2020.
Na sequência da invasão e da notícia da morte de Brian Sicknick, no dia 7 de Janeiro, o New York Times avançou que o agente tinha sido espancado com um extintor durante os confrontos com os invasores. O jornal viria depois a recuar nessa informação.
Nos dias e semanas que se seguiram à ocupação do Capitólio, o Departamento de Justiça norte-americano identificou mais de 540 suspeitos e apresentou acusações formais contra 400 pessoas.
Entre os acusados estão Julian Khater, de 32 anos, e George Tanios, de 39 anos, que lançaram um spray contra Brian Sicnick e outros dois polícias durante os confrontos nas escadarias do Capitólio.
O Departamento de Justiça dos EUA esperou pelo resultado da autópsia para decidir se, para além da acusação de agressão contra um agente da autoridade, também iria acusar Khater e Tanios pelo homicídio do agente Sicknick.
Por questões de privacidade, o médico-legista não quis revelar se o polícia sofria de algum problema de saúde que pudesse ter contribuído para os acidentes vasculares cerebrais que sofreu.
De acordo com especialistas ouvidos pelo Washington Post, a determinação de que o polícia morreu de causas naturais torna a acusação de homicídio menos provável, ainda que o médico-legista tenha afirmado que “tudo o que aconteceu [no dia 6 de Janeiro] desempenhou um papel” na morte de Brian Sicknick.
Em declarações ao Post, o antigo procurador federal Christopher Macchiaroli disse que as autoridades ainda podem vir a descobrir outros episódios que possam ter contribuído para os acidentes vasculares cerebrais sofridos pelo polícia. Mas também salientou que “qualquer advogado de defesa usaria as conclusões do médico-legista como um exemplo perfeito de dúvida razoável”.
Para além de Brian Sicknick, quatro outras pessoas morreram na sequência da invasão do Capitólio dos EUA no dia 6 de Janeiro, todas elas apoiantes de Donald Trump.
Ashli Babbitt, de 35 anos, uma veterana da Força Aérea norte-americana, foi baleada no interior do Capitólio por um polícia. Das outras três vítimas, duas morreram de ataque cardíaco e uma de overdose de anfetamina.
O agente Brian Sicknick, de 42 anos, era também um apoiante do ex-Presidente Trump e escreveu várias vezes ao representante do seu distrito eleitoral no Congresso, o democrata Don Beyer, do estado da Virginia.
Segundo um porta-voz do congressista, Sicknick opôs-se ao primeiro processo de impeachment contra Trump e era a favor do reforço do controlo das armas nos EUA. As mensagens que enviou a Don Beyer foram sempre “educadas e equilibradas”, disse o porta-voz.