“Se não fosse o envolvimento da França, a questão da colonização do Sara Ocidental já se teria resolvido”
Secretário-geral do Ministério da Segurança e Documentação sarauí acusa Paris de participar no conflito ao lado de Marrocos. Sidi Ugal confirma morte do chefe da polícia da Frente Polisário num ataque de um dronte marroquino.
A Frente Polisário, reconhecida internacionalmente como legítima representante do povo sarauí, acusa a França de estar a participar no conflito do Sara Ocidental ao lado de Marrocos. Rabat não tem qualquer capacidade para ganhar esta guerra e “se não fosse o envolvimento da França, a questão da colonização do Sara Ocidental já se teria resolvido”, denunciou Sidi Ugal, secretário-geral do Ministério da Segurança e Documentação sarauí.
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A Frente Polisário, reconhecida internacionalmente como legítima representante do povo sarauí, acusa a França de estar a participar no conflito do Sara Ocidental ao lado de Marrocos. Rabat não tem qualquer capacidade para ganhar esta guerra e “se não fosse o envolvimento da França, a questão da colonização do Sara Ocidental já se teria resolvido”, denunciou Sidi Ugal, secretário-geral do Ministério da Segurança e Documentação sarauí.
“O exército marroquino está enterrado nos buracos e nas cavernas do Sara Ocidental e não pode travar esta guerra, o que explica o uso de tecnologia para compensar”, disse Ugal, que confirmou a morte do chefe da polícia da Frente Polisário, num ataque com um drone de tecnologia israelita, de acordo com a Europa Press, que cita a agência argelina de notícias APS.
“A França está envolvida no conflito desde há muito” e o “seu envolvimento não é só diplomático”, garante Ugal, porque está apoiado numa “presença no terreno” que, denunciou, é militar.
Para Ugal é muito simples, a França “promove” a ocupação do Sara Ocidental, que Marrocos mantém sob seu controlo desde que a ocupou a antiga colónia espanhola no final dos anos 1970, apesar das inúmeras resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas a pedir o fim da ocupação e a realização de um referendo.
O cessar-fogo no conflito que durava desde 1991 foi quebrado em Novembro passado, quando o exército marroquino resolveu assumir o controlo do principal posto fronteiriço com a Mauritânia, em Guerguerat, o que a Frente Polisário assumiu como um acto de guerra. Rabat considera a fronteira como terra de ninguém, os sarauís dizem que é território próprio, de acordo com o acordo de cessar-fogo assinado há 20 anos.
A Frente Polisário acusa, entretanto, Marrocos de estar a recorrer aos drones de tecnologia israelita e ao método de assassínios selectivos, usado por Israel nos territórios ocupados, para travar uma guerra que, como diz Ugal, não podem combater de outra maneira.
“Saberemos fazer frente aos drones israelitas que Marrocos usa”, afirmou Ugal, detalhando que as forças marroquinas estão a usar os drones Harfang, que são uma versão dos Heron israelitas, desde o reatar do conflito em Novembro.