UEFA ameaça banir do Europeu quem participar na Superliga

A nova prova, pensada para a elite do futebol, suscita ao presidente da UEFA total repugnância, e o dirigente falou mesmo de “egoísmo”, “ganância”, “valores evaporados”, “narcisismo” e “mentiras”.

Foto
Aleksander Ceferin, presidente da UEFA Yves Herman

“Jogadores que entrem nessa prova [Superliga Europeia] serão banidos de entrar em Mundiais e Europeus.” A frase, contundente, é de Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, que não só rejeitou de forma clara qualquer junção com a nova competição como ameaçou excluir das selecções nacionais qualquer jogador que participe na anunciada e polémica nova competição de clubes.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Jogadores que entrem nessa prova [Superliga Europeia] serão banidos de entrar em Mundiais e Europeus.” A frase, contundente, é de Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, que não só rejeitou de forma clara qualquer junção com a nova competição como ameaçou excluir das selecções nacionais qualquer jogador que participe na anunciada e polémica nova competição de clubes.

Na reunião desta segunda-feira do Comité Executivo da UEFA, o dirigente avançou ainda, citado pelo Record, que não exclui essa tomada de posição já para o Euro 2020: “Ainda estamos a avaliar, mas a minha opinião é que devem ser afastados de qualquer competição o mais depressa possível.”

A nova prova, pensada para a elite do futebol, suscita a Ceferin total repugnância, e o esloveno, líder da UEFA, falou mesmo de “egoísmo”, “ganância”, “valores evaporados”, “narcisismo” e “mentiras”.

Apontou as acusações sobretudo a Ed Woodward, director executivo do Manchester United, Andrea Agnelli, presidente da Juventus e vice-presidente da Superliga Europeia, e Florentino Pérez, líder do Real Madrid e também da nova prova anunciada pelos “tubarões” europeus – AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham.

“A Superliga é sobre o dinheiro dos 12 [clubes fundadores]. Não lhes quero chamar os ‘dirty 12’. Para algumas pessoas, a solidariedade e a união não existem. A única coisa que existe são os bolsos deles. Esta ideia é cuspir na cara dos adeptos e na sociedade. Não vamos permitir que nos tirem isso”, acrescentou Ceferin, que garantiu ter o apoio da Comissão Europeia, que exige provas abertas – a Superliga prevê 15 clubes fixos em 20 –, e das federações nacionais, sobretudo a inglesa, espanhola e italiana. Também a FIFA, crê Ceferin, está contra a prova elitista.

Até ver, a posição de Ceferin e da UEFA é, porém, de procurar consenso. O dirigente mostrou-se agastado pela “traição” de clubes como Real Madrid, Juventus ou Manchester United, mas não quer cortar laços. Questionado sobre se estes 12 clubes podem regressar à esfera da UEFA, Ceferin "abriu os braços": “Não digo que não podem voltar e que estão banidos para sempre, mas a forma como agiram foi terrivelmente errada.”