Há uma nova Liga dos Campeões para desafiar a Superliga Europeia

Como resposta à criação de uma Superliga elitista, a UEFA vai reformar a Champions. A mudança mais evidente é a abolição da habitual fase de grupos e a criação de uma só liga, como um campeonato nacional.

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O troféu da Champions exibido no Estádio da Luz, em 2020 Reuters/MATTHEW CHILDS

Se a concorrência fica mais feroz, convém subir a parada – e, se necessário, mudar de estratégia. A fórmula geral aplicável aos negócios foi a via que a UEFA arranjou para responder à concorrência provocada pela criação de uma Superliga Europeia, competição elitista que está a abanar o futebol.

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Se a concorrência fica mais feroz, convém subir a parada – e, se necessário, mudar de estratégia. A fórmula geral aplicável aos negócios foi a via que a UEFA arranjou para responder à concorrência provocada pela criação de uma Superliga Europeia, competição elitista que está a abanar o futebol.

O organismo que rege o futebol europeu avançou nesta segunda-feira com os detalhes da “nova Liga dos Campeões" e, apesar de haver arestas por limar e pequenas alterações em estudo, é certo que haverá, a partir de 2024, uma reforma profunda na principal prova de clubes do planeta.

A mudança mais evidente é a abolição da fase de grupos habitual, com as equipas distribuídas por poules de quatro, para passarem a disputar uma só liga – como um campeonato nacional. Ao contrário, porém, de uma liga doméstica, em que todos jogam contra todos, as 36 equipas (e não 32, como actualmente) defrontarão dez adversários diferentes – em vez dos seis jogos que têm no formato em vigor.

Como definir quem joga contra quem na tal liga única? Pelo ranking. As equipas serão divididas em quatro níveis e cada uma jogará contra um certo número de adversários de cada um dos quatro escalões.

Terminados os dez jogos, apuram-se directamente para os oitavos-de-final os oito primeiros classificados. Mas faltarão mais oito equipas, que serão decididas por um playoff a ser disputado, a duas mãos, pelas formações classificadas entre o nono e o 24.º lugares (o nono classificado jogará contra o 24.º, o décimo frente ao 23.º e assim por diante).

O acesso à Champions, esse, mantém-se globalmente idêntico. É feito através do desempenho nos campeonatos nacionais, pelo que a novidade é sobretudo uma: haverá duas vagas a serem ocupadas por duas equipas que não se qualificaram para a competição.

Como são escolhidas? Serão as duas com coeficiente mais alto nos cinco anos anteriores, entre as que tenham estado, no mínimo, na qualificação de uma prova europeia.

Ainda que seja improvável, pode acontecer, por exemplo, que uma equipa que se tenha qualificado para a Conference League – terceira prova da UEFA, a estrear em 2021/22 – possa, em virtude do coeficiente dos anos anteriores, ser chamada a participar na Champions. No fundo, pretende-se premiar a regularidade europeia, “fechando os olhos” a um mau ano no campeonato doméstico.