EUA e China prometem “mais cooperação” na crise climática
Dois maiores poluidores do mundo dizem-se em sintomia para combater as alterações climáticas e prometem mais medidas antes da cimeira de Glasgow. Biden organiza esta semana encontro virtual dedicado ao clima.
Os Estados Unidos e a China concordam com a necessidade de assumir compromissos mais fortes na luta contra as alterações climáticas e defendem que estes devem ser introduzidos antes de uma nova ronda de conversações internacionais no fim do ano, marcada para Novembro em Glasgow. O comunicado conjunto foi divulgado este domingo, depois de um encontro entre John Kerry, enviado especial para a crise climática da Administração de Joe Biden, com o seu homólogo chinês, Xie Zhenhua, em Xangai.
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Os Estados Unidos e a China concordam com a necessidade de assumir compromissos mais fortes na luta contra as alterações climáticas e defendem que estes devem ser introduzidos antes de uma nova ronda de conversações internacionais no fim do ano, marcada para Novembro em Glasgow. O comunicado conjunto foi divulgado este domingo, depois de um encontro entre John Kerry, enviado especial para a crise climática da Administração de Joe Biden, com o seu homólogo chinês, Xie Zhenhua, em Xangai.
“Os EUA e a China assumiram um compromisso para cooperar entre si e com outros países para enfrentar a crise climática” e vão continuar a discutir “acções concretas para reduzir emissões com o objectivo de manter limites de temperatura alinhados com o Acordo de Paris”, lê-se no comunicado. O antecessor de Biden, Donald Trump, retirou os EUA do Acordo de Paris, o pacto assinado em 2015 na capital francesa onde o mundo se pôs de acordo para manter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius e se possível apenas 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais.
O texto enumera as vias de cooperação entre as duas maiores economias mundiais, que, no seu conjunto, representam quase metade das emissões de gases com efeito de estufa. Entre outras medidas a curto prazo, referem-se o reforço dos “investimentos e financiamentos internacionais” para apoiar a transição para a energia verde nos países em desenvolvimento, assim como acções para reduzir as emissões, incluindo no armazenamento de energia, captura de carbono e hidrogénio.
Agora que Biden levou os EUA de volta ao Acordo de Paris, espera-se que Washington apresente em breve um novo compromisso para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa – uma forma de reconquistar a confiança dos aliados.
Segundo Li Shuo, conselheiro do grupo ambientalista Greenpeace, a China poderá responder ao compromisso americano apresentando igualmente um novo objectivo. “Este comunicado é tão positivo quanto possível em termos do que a política permite: envia uma mensagem inequívoca de que nesta questão [os EUA e a China] vão cooperar. Antes da reunião em Xangai não partíamos do princípio de que seria esta a mensagem”, disse Li à Reuters.
A passagem de Kerry por Xangai assinalou o reinício do diálogo sobre o clima entre os dois maiores poluidores e marcou ainda a primeira visita de alto nível à China de um responsável da nova Administração desde a tomada de posse de Biden.
O Presidente norte-americano organiza na quinta e na sexta-feira uma cimeira virtual que reunirá 40 chefes de Estado e de Governo para debater as alterações climáticas. Pequim e Washington “esperam com impaciência” este encontro, adianta ainda o comunicado conjunto, sem especificar se o Presidente chinês, Xi Jinping, vai participar.