Os extremos de Miguel Oliveira e Fabio Quartararo
Fabio Quartararo vence em Portimão e assume liderança do Mundial de MotoGP
Miguel Oliveira e Fabio Quartararo têm pouco mais de quatro anos de diferença, mas estrearam-se ambos em 2019 na categoria de MotoGP. Na terceira época entre os “grandes”, atravessam momentos diametralmente opostos na competição. O português, de 26 anos, teve este domingo uma das corridas mais amargas da carreira. Partiu da 10.ª posição para o Grande Prémio (GP) de Portugal, caiu no início da prova, regressou à pista para terminar na última posição. O francês, de 21, viveu um fim-de-semana de sonho, juntou o triunfo à pole position e festejou com uma pirueta, à moda de Cristiano Ronaldo.
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Miguel Oliveira e Fabio Quartararo têm pouco mais de quatro anos de diferença, mas estrearam-se ambos em 2019 na categoria de MotoGP. Na terceira época entre os “grandes”, atravessam momentos diametralmente opostos na competição. O português, de 26 anos, teve este domingo uma das corridas mais amargas da carreira. Partiu da 10.ª posição para o Grande Prémio (GP) de Portugal, caiu no início da prova, regressou à pista para terminar na última posição. O francês, de 21, viveu um fim-de-semana de sonho, juntou o triunfo à pole position e festejou com uma pirueta, à moda de Cristiano Ronaldo.
Há apenas cinco meses, neste mesmo asfalto algarvio, a história escreveu-se ao contrário. Oliveira partiu da pole para uma vitória categórica, enquanto Quartararo encerrava a época de 2020 cabisbaixo, com um 14.º lugar em Portugal e a anunciar que iria reforçar o apoio psicológico para lidar com a pressão competitiva. Os extremos inverteram-se.
Decorridas quatro voltas na pista de Portimão, Miguel Oliveira encontrava-se fora do Top 10, mas dava sinais de que poderia recuperar, assinando a volta mais rápida ao circuito. Contudo, instantes depois, o piloto caiu com a sua KTM oficial. Não atirou a toalha ao chão, voltou à pista, na cauda do pelotão e acabou por beneficiar de alguns abandonos para terminar na 16.ª posição, com uma volta de atraso para o vencedor.
“É difícil de aceitar este resultado por vários motivos: era um grande prémio em casa e uma boa oportunidade para atingirmos um bom resultado”, lamentou no final em declarações à SportTV, referindo que a queda esteve relacionada com a temperatura do pneu. “Peguei na mota e continuei até ao fim por respeito à equipa, aos telespectadores e aos fãs portugueses. Não era este o espectáculo que eu queria dar. Temos de ultrapassar isto e concentrarmo-nos no futuro”, concluiu.
Fã de Ronaldo
Quartararo, que irá completar 22 anos esta terça-feira, vivia emoções naturalmente distintas, até porque passou a liderar o Mundial. “Foi um fim-de-semana perfeito e uma corrida perfeita”, congratulou-se, reforçando que esta terá sido a sua “melhor corrida”. E festejou como festejou porque é um fã incondicional do madeirense Ronaldo
“É o meu ídolo de sempre. Espero que ele veja esta celebração, mas aqui em Portugal era o momento para o fazer. Já estava planeado.”
Apesar de ser ainda muito jovem, Fabio Quartararo começou a dar nas vistas em MotoGP ainda na era pré-covid. Ou seja, em 2019, na sua época de estreia na categoria rainha do motociclismo de velocidade. No início de Maio desse ano, no circuito de Jerez, em Espanha, o francês tornou-se no mais jovem de sempre a conquistar uma pole position, batendo o recorde do multicampeão Marc Márquez, que datava de 2013.
No final dessa época, “El Diabo”, como é apelidado, somaria um total de seis poles, sete pódios e foi eleito o “rookie” (estreante) do ano. Em 2019, ainda ao serviço da equipa satélite da Yamaha, Quartararo chegou ao patamar das vitórias. Numa época atípica, pautada pela pandemia mundial, surpreendeu ao vencer as duas primeiras corridas, mais uma vez em Jerez, no mesmo traçado onde Márquez, detentor do título, sofreu um grave acidente que o deixaria fora da competição por largos meses.
Quartararo candidatava-se ao trono do espanhol na MotoGP, mas a falta de regularidade acabou por o relegar à oitava posição no final do campeonato, apesar de ter somado uma terceira vitória na prova da Catalunha. Encerrou o GP de Portugal, último da época, com um 14.º lugar já sabendo que iria ascender à equipa principal da Yamaha em 2021, substituindo nada menos do que o mítico Valentino Rossi. Anunciou também no Algarve que reforçaria o apoio psicológico para o ajudar a lidar com a pressão. “Quero trabalhar o meu lado mais emotivo, seja na moto, na garagem e fora dela. Creio que será importante ser menos emotivo para o ano”, explicou.
Abriu o ano de 2021 com um discreto quinto lugar na primeira corrida do Qatar, mas venceria a segunda prova no emirado. Cinco meses depois, voltou a Portimão para demonstrar mais maturidade e consistência. Dentro de duas semanas, poderá confirmar as expectativas no regresso a Jerez, o seu circuito talismã.