Covid-19: vacinação “é um dever cívico e acto altruísta”, diz ministro da Educação
Tiago Brandão Rodrigues apelou a uma confiança generalizada em todas as vacinas disponíveis para inoculação.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, afirmou este sábado que o acto de vacinação é “um dever cívico” e um gesto “altruísta” e apelou à confiança de todos os portugueses nas vacinas disponíveis.
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O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, afirmou este sábado que o acto de vacinação é “um dever cívico” e um gesto “altruísta” e apelou à confiança de todos os portugueses nas vacinas disponíveis.
“É importante que, não sendo obrigatória a vacinação, nos sintamos obrigados. Eu não estou a dizer que aqueles que não se vacinam são egoístas, mas eu sei que, quando nos vacinamos, o que estamos a fazer é protegermo-nos a nós e ao nosso entorno”, afirmou o governante.
Tiago Brandão Rodrigues falava aos jornalistas no final de uma visita ao centro de vacinação do concelho da Amadora (distrito de Lisboa), para assinalar o início do processo de vacinação a docentes e não-docentes dos estabelecimentos de ensino e dos profissionais das respostas sociais. “Até agora, já tivemos 25 mil vacinados e ainda estamos na manhã de sábado. Isto mostra, também, o ritmo destes quase 300 postos em todo o país”, sublinhou.
Questionado sobre a recusa de docentes e não-docentes em receber a vacina, o governante disse esperar que o tenham feito por questões “atendíveis”. “Obviamente que esperamos que as razões que levaram esses docentes e não-docentes a dizer que não sejam razões atendíveis e que não seja única e exclusivamente pela hesitação de querer receber a vacina. Imaginemos que alguém foi operado ou estava ausente do país e que possa ser vacinado nas próximas semanas...”, apontou.
Às dúvidas levantadas em relação à vacina da AstraZeneca, o ministro da Educação apelou a uma confiança generalizada em todas as vacinas disponíveis para inoculação. “Acreditem no sistema de vacinação, acreditem em todas as nossas vacinas. Existe um conjunto de cuidados que estão a ser tomados por parte das autoridades”, sublinhou.
A acompanhar esta visita esteve também a ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Ana Mendes Godinho, que destacou a redução do número de óbitos em lares e o facto de 60 mil trabalhadores das respostas sociais serem, nesta fase, vacinados.
“Nós temos neste momento o número mais baixo que tivemos este ano em termos de surtos de lares. Tivemos a primeira semana sem óbitos relacionados com covid nos lares, fruto também deste trabalho de todos”, atestou.
Quase 170 mil professores e funcionários das escolas vão receber a primeira dose da vacina contra a covid-19 entre hoje e domingo, depois de o processo ter sido adiado por uma semana, devido a novas restrições.
De acordo com a “task force” responsável pelo plano, até à manhã de sexta-feira já tinham sido enviados mais de 187 mil SMS para o agendamento da vacinação, que irá decorrer entre hoje e domingo, envolvendo quase todos os profissionais do ensino não-superior.
No início da semana passada, os mesmos professores e funcionários começaram a receber a convocatória para o “grande exercício” de vacinação contra a covid-19, como lhe chamou o ministro da Educação, que estava previsto para o passado fim-de-semana. Os planos foram, no entanto, adiados pela decisão da Direcção-Geral da Saúde (DGS) de recomendar a administração da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 em pessoas acima dos 60 anos de idade.
As novas restrições na utilização da vacina inicialmente destinada aos profissionais do ensino obrigou, então, a atrasar uma semana o processo de inoculação. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.000.955 mortos no mundo, resultantes de mais de 139,8 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.937 pessoas dos 829.911 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.