Televisão iraniana identifica alegado responsável pela explosão em central nuclear
Teerão acusa Israel do ataque e começou entretanto a enriquecer urânio a 60%, três vezes acima do que estava a fazer, mas ainda longe dos 90% necessários para desenvolver uma arma nuclear.
A televisão estatal do Irão identificou este sábado o homem que terá estado por trás da explosão que afectou a rede eléctrica da principal central nuclear do país, Natanz, há uma semana. O suspeito, Reza Karimi, da cidade de Kashan, já estava no estrangeiro antes do incidente e “estão em marcha os passos necessários para a sua prisão e regresso ao país através dos canais legais”, acrescenta a notícia, citada pela agência Reuters.
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A televisão estatal do Irão identificou este sábado o homem que terá estado por trás da explosão que afectou a rede eléctrica da principal central nuclear do país, Natanz, há uma semana. O suspeito, Reza Karimi, da cidade de Kashan, já estava no estrangeiro antes do incidente e “estão em marcha os passos necessários para a sua prisão e regresso ao país através dos canais legais”, acrescenta a notícia, citada pela agência Reuters.
A notícia foi acompanhada por duas imagens de Reza Karimi, de 43 anos, uma fotografia tipo passe e o que parece ser um aviso da Interpol onde o mesmo homem surge como “procurado”. Não foram adiantados pormenores sobre como terá tido acesso a uma das instalações mais seguras do país.
De acordo com notícias em jornais israelitas e norte-americanos, a explosão de uma bomba de 150 kg terá destruído tanto a rede de energia eléctrica principal como a de segurança. O Irão admite que muitas centrifugadoras ficaram danificadas mas garante que todas eram antigas e estavam desactualizadas; na véspera da explosão, o Presidente, Hassan Rohani, inaugurara centrifugadoras mais avançadas, de tipo IR-5 e IR-6, capazes de enriquecer mais quantidade de urânio mais rapidamente.
Teerão acusa Israel deste ataque, que descreve como “terrorismo nuclear” destinado a minar as conversações sobre o programa nuclear iraniano, que tinham recomeçado dias antes em Viena. Em resposta, o Irão anunciou na sexta-feira que está já a enriquecer urânio com uma pureza de 60%, a maior já registada, precisamente nas instalações de Natanz.
Desde que deixou de cumprir o acordo internacional, o Irão estava a enriquecer urânio a 20%, muito acima dos 3,67% previstos no pacto assinado em 2015 mas bastante longe ainda dos 90% necessários para desenvolver uma arma nuclear.
Na sua notícia deste sábado, a televisão iraniana mostra ainda filas do que diz serem centrifugadoras que já substituíram as danificadas, assegurando ao mesmo tempo que “um grande número” de centrifugadoras cujas actividades de enriquecimento tinham sido interrompidas já voltaram ao funcionamento normal.
Israel não comentou oficialmente a explosão, mas muitos responsáveis de segurança e dos serviços secretos israelitas e norte-americanos têm falado sob anonimato do que dizem ter sido uma “operação da Mossad”. E a verdade é que mesmo os dirigentes políticos israelitas parecem sugerir essa responsabilidade: “É uma grande operação confrontar a República Islâmica e os seus aliados”, disse horas depois da explosão o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. “As condições de hoje não existirão necessariamente amanhã”, acrescentou.
Segundo o canal 12 da televisão israelita, Washington fez saber a Israel que os “rumores” do seu próprio envolvimento têm de parar, considerando que são perigosos e que embaraçam as tentativas da Administração de Joe Biden de negociar um regresso o pacto nuclear com o Irão, que Donald Trump abandonou unilateralmente.