Operação Marquês: Líder parlamentar do PS considera “tremenda injustiça” ataque de Sócrates a Costa
Sócrates disse ontem em entrevista à TVI que “o mandante” de Fernando Medina “é a liderança do PS e a sua direcção”, que acusou de “profunda canalhice” e de “covardia moral”.
A líder parlamentar socialista considerou na quarta-feira uma “tremenda injustiça o ataque” do antigo primeiro-ministro José Sócrates à direcção do PS e ao seu secretário-geral, António Costa, pela forma como actuaram perante o processo judicial Operação Marquês.
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A líder parlamentar socialista considerou na quarta-feira uma “tremenda injustiça o ataque” do antigo primeiro-ministro José Sócrates à direcção do PS e ao seu secretário-geral, António Costa, pela forma como actuaram perante o processo judicial Operação Marquês.
Esta apreciação foi feita por Ana Catarina Mendes no programa “Circulatura do Quadrado”, na TVI24, cerca de duas horas depois de José Sócrates ter sido entrevistado na mesma estação de televisão.
Nessa entrevista, José Sócrates foi confrontado com as críticas que lhe foram feitas na segunda-feira pelo dirigente socialista e presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que disse estar perante factos inaceitáveis do ponto de vista ético por parte do antigo primeiro-ministro.
José Sócrates respondeu que ouviu essas declarações com “repugnância”, mas considerou que “o mandante” de Fernando Medina “é a liderança do PS e a sua direcção”, que acusou de “profunda canalhice” e de “covardia moral”.
No programa “Circulatura do Quadrado”, Ana Catarina Mendes classificou como “uma tremenda injustiça o ataque que é feito quer à direcção do PS, quer ao próprio António Costa, considerando-o um traidor”.
“O PS nunca apagou a história, José Sócrates deu a primeira e única maioria absoluta ao PS, foi secretário-geral e primeiro-ministro. O PS, desde o início, quase há sete anos, sempre frisou que deixaria o processo correr na justiça para que fizesse o trabalho que tem a fazer”, referiu.
Na perspectiva da presidente da bancada socialista, a parte final da entrevista concedida por José Sócrates “é absolutamente injusta para o PS”.
“Acho que há momentos em que é preciso recato. E o recato aconselhava que nós não estivéssemos aqui numa nova sessão de tentativa de explicação [do processo judicial Operação Marquês]. Reitero que este processo está longíssimo de estar acabado, infelizmente para a justiça”, declarou.
Ainda sobre as declarações de José Sócrates, Ana Catarina Mendes referiu-se ao período entre 2015 e 2019 em que foi secretária-geral adjunta do PS.
“O ataque ao PS não é correcto. Fui secretária-geral adjunta do PS quatro anos, recebi a carta de desfiliação de José Sócrates [em 2018] e em muitos momentos da vida do partido tentei contactar José Sócrates. Portanto, ninguém abandonou”, mas deixou-se “fazer o trabalho que a justiça tem de fazer”, acrescentou.