Isabel II tem de decidir o que vão vestir André e Harry no funeral de Filipe

Aos 94 anos, a monarca parece continuar a ser necessária para apagar fogos vários, e foi chamada a decidir sobre a indumentária de luto de filhos e netos.

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Reuters/HANNAH MCKAY

Manda a tradição e o protocolo que a rainha britânica se resguarde por um período de oito dias após uma morte tão próxima quanto a do marido. Mas, mesmo aos 94 anos, a monarca parece continuar a ser necessária para apagar fogos vários. E, depois de Isabel II ter retomado funções, na terça-feira, apenas quatro dias após a morte do príncipe Filipe, para assinalar a saída de William Peel do cargo de lorde Chamberlain, foi chamada a decidir sobre a indumentária de filhos e netos para sábado.

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Manda a tradição e o protocolo que a rainha britânica se resguarde por um período de oito dias após uma morte tão próxima quanto a do marido. Mas, mesmo aos 94 anos, a monarca parece continuar a ser necessária para apagar fogos vários. E, depois de Isabel II ter retomado funções, na terça-feira, apenas quatro dias após a morte do príncipe Filipe, para assinalar a saída de William Peel do cargo de lorde Chamberlain, foi chamada a decidir sobre a indumentária de filhos e netos para sábado.

De acordo com a imprensa britânica, a rainha interveio para resolver um problema sobre o que os membros seniores da família deveriam vestir no funeral do marido e sobretudo se os príncipes André e Harry, por razões distintas, deveriam usar uniformes militares.

O príncipe Filipe morreu, aos 99 anos, na última sexta-feira e o seu funeral terá lugar no Castelo de Windsor, no sábado, às 15h, momento assinalado por um minuto de silêncio nacional. Tradicionalmente, em ocasiões tão formais, os membros da família real usam uniformes militares, reflectindo muitas vezes não só as patentes como os títulos honorários que detêm.

Contudo, de acordo com a imprensa britânica, tem havido um aceso debate nos bastidores sobre o que tanto o filho como o neto da rainha deveriam vestir.

Harry, de 36 anos, é duque de Sussex, mas, em Janeiro do ano passado, anunciou a sua decisão de deixar de trabalhar a tempo inteiro para a coroa. Já a avó não considerou possível abraçar a causa real em part-time, dando a Harry um ano para poder voltar atrás. Em Fevereiro deste ano, e depois de se conhecer a entrevista dos duques de Sussex a Oprah, o Palácio de Buckingham informou que o casal não regressaria como membro activo da monarquia, tendo de devolver os patrocínios reais e, no caso de Harry, os títulos militares honorários.

Já o caso de André, de 61 anos, é ainda mais intrincado. O duque de Iorque anunciou o seu afastamento dos compromissos reais depois de ter dado uma entrevista para esclarecer a sua ligação ao magnata norte-americano Jeffrey Epstein, acusado de abuso e tráfico sexual de menores. Epstein foi encontrado morto na sua cela, em Agosto de 2019, depois de terem sido tornados públicos pormenores sobre a sua acusação, nomeadamente o depoimento de uma das mulheres que o acusava de a ter instruído, ainda menor, para ter relações sexuais com outros homens, entre os quais estariam “um conhecido primeiro-ministro” e “um príncipe”.

Segundo a imprensa, André desejava ir ao funeral do pai com o fato de almirante, um grau honorário que lhe foi atribuído para assinalar o seu 60.º aniversário, mas que o príncipe decidiu estrear apenas quando regressasse à vida pública.

Para além destes dois, os restantes membros da família poderão apresentar-se com os seus trajes militares. A ironia é que, de todos, apenas André e Harry têm uma folha de serviço militar: o primeiro esteve, em 1982, nas Falklands, as ilhas que o Reino Unido disputou com a Argentina; o segundo cumpriu duas missões no Afeganistão.

O Palácio de Buckingham escusou-se a comentar os boatos, mas, de acordo com o Daily Mail, a rainha, que completa 95 anos no dia 21, acabou por tomar uma posição para acabar com o debate: ninguém veste fardas; vai tudo com roupa que indique luto.