Maior empregabilidade é uma vantagem do programa de mobilidade europeia Erasmus+

Ministros da Educação e do Ensino Superior estiveram na sessão de apresentação do programa Eramus+ para o para o período 2021-27, na qual foi salientado o reforço das verbas previstas, que “quase duplica o orçamento”, de 14,7 mil milhões de euros no período 2014-20 para mais de 26 mil milhões de euros para os próximos anos.

Foto
Nelson Garrido

O aumento da empregabilidade é uma das vantagens dos programas de mobilidade europeia como o Erasmus+, referiram nesta quarta-feira, em Lisboa, os ministros da Educação e do Ensino Superior, na apresentação do programa para o período 2021-27.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O aumento da empregabilidade é uma das vantagens dos programas de mobilidade europeia como o Erasmus+, referiram nesta quarta-feira, em Lisboa, os ministros da Educação e do Ensino Superior, na apresentação do programa para o período 2021-27.

Tiago Brandão Rodrigues e Manuel Heitor participaram na primeira de um conjunto de sessões de apresentação do Programa Erasmus+ e destacaram ainda a importância da mobilidade para “alavancar a cidadania europeia” e de tornar o programa cada vez mais abrangente e inclusivo.

“É inegável que todo e qualquer cidadão europeu que tenha uma experiência de mobilidade aumenta automaticamente a sua capacidade de empregabilidade, mas também a sua consciência de ser europeu”, destacou o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.

O titular da pasta da educação salientou o reforço das verbas previstas, que “quase duplica o orçamento”, de 14,7 mil milhões de euros no período 2014-20 para mais de 26 mil milhões de euros para 2021-27, de acordo com uma nota de imprensa do ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Segundo o ministro, “nem tudo é sobre dinheiro”, mas para que um programa deste tipo de mobilidade “seja verdadeiramente inclusivo” será necessário “dotar as pessoas com meios para poderem ir”, principalmente “aquelas com mais vulnerabilidade económica e social”.

“Se pensarmos numa família que coloca, já com dificuldades, os seus filhos a estudar num Instituto Politécnico ou Escola Profissional na capital de distrito ou mais longe, é muito difícil pensar como se pode sonhar e ter o arrojo de ir para uma qualquer capital da Europa. Por isso, a questão do dinheiro não é assim tão periférica e a grande vontade da Comissão Europeia é fazer com que o programa seja verdadeiramente inclusivo”, exemplificou Tiago Brandão Rodrigues.

Soft skills, resiliência e adaptação

O responsável pela pasta do Ensino Superior pegou nas afirmações do seu homólogo da Educação para reforçar algumas das ideias, mas principalmente a “questão da empregabilidade”.

“Não é por acaso que aqueles que têm Erasmus têm estatísticas mais favoráveis [na empregabilidade]. Porque o Erasmus cria um conjunto de competências, que na gíria se chamam de soft skills, de resiliência e adaptação a diferentes realidades que são, hoje, críticas para muitas condições de empregabilidade”, destacou Manuel Heitor.

O ministro não teve dúvidas em considerar que “cada vez mais” os empregadores “públicos e privados” valorizam “a condição Erasmus” dos candidatos aos postos de trabalho.

Segundo a nota enviada nesta quarta-feira à imprensa pelo gabinete de Manuel Heitor, Portugal quer “triplicar” o número de estudantes em mobilidade até 2027, formando “mais e melhores acordos institucionais a nível europeu”.

Portugal passou de 2500 estudantes em mobilidade no início deste século para 5000 no ano de 2014 e para 10.000 em 2019/20, mas o objectivo dos governantes passa por triplicar esses números.

“Em 20 anos multiplicámos a participação de estudantes portugueses em mobilidade Erasmus em cinco vezes. Foi bom, mas não chega. Hoje, apenas um em cada 10 estudantes que concluem o ensino superior tiveram uma experiência Erasmus. A ideia é garantir que um em cada três jovens possa ter essa experiência”, apontou Manuel Heitor.

Nesse sentido, é também um objectivo “promover a efectiva inserção das instituições de ensino superior portuguesas, politécnicas e universitárias, públicas e privadas” em redes europeias, reforçando “graus conjuntos e processos de recrutamento” de docentes e investigadores, bem como a sua mobilidade.

Para isso, o ministério da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior pretende “modernizar e restruturar a actual agência Erasmus+”, pretendendo instalar, até ao final deste ano, delegações “em todas as instituições de ensino superior e em muitas escolas secundárias e profissionais”.

Para além de apoiar projectos de mobilidade para fins de aprendizagem e cooperação dentro e fora da União Europeia, o Erasmus+ 21

27 pretende “capacitar projectos centrados na inclusão e nas transições ecológica e digital”, refere o ministério do Ensino Superior.

Lançado pela primeira vez em 1987, o programa Erasmus tornou-se Erasmus+ em 2014 de maneira a cobrir novos campos de actividade, como a formação profissional, educação de adultos ou intercâmbio de jovens, animadores de juventude e treinadores desportivos.

Além da oferta de oportunidades de estudo ou de estágio no estrangeiro, o programa investe também em projecto de cooperação transfronteiriças, nomeadamente entre universidades, estabelecimentos de ensino ou organizações de juventude e desportivas.

Segundo a Comissão Europeia, nas últimas três décadas, “mais de dez milhões” de europeus participaram no programa onde, além dos 27 países da UE, participam também a Islândia, Liechtenstein, Macedónia do Norte, Noruega, Sérvia e Turquia.