Europa responde a atrasos nas entregas com mais 50 milhões de vacinas da Pfizer
Este número de doses, inicialmente agendado para o último trimestre do ano, será antecipado e começará a chegar já em Abril. Ursula von der Leyen anunciou ainda a possibilidade de um terceiro contrato com a Pfizer, que poderá significar a distribuição de mais 1,8 mil milhões de vacinas em 2022 e 2023.
A Comissão Europeia respondeu ao atraso na entrega das vacinas da Johnson & Johnson com o anúncio de que a Pfizer vai fornecer 50 milhões de doses extras da vacina. Nesta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, adiantou que estas vacinas chegarão no segundo trimestre, já a começar no mês de Abril. Está ainda a ser gizado um terceiro contrato com a BioNTech-Pfizer para que sejam assegurados 1,8 mil milhões de doses suplementares em 2022 e 2023.
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A Comissão Europeia respondeu ao atraso na entrega das vacinas da Johnson & Johnson com o anúncio de que a Pfizer vai fornecer 50 milhões de doses extras da vacina. Nesta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, adiantou que estas vacinas chegarão no segundo trimestre, já a começar no mês de Abril. Está ainda a ser gizado um terceiro contrato com a BioNTech-Pfizer para que sejam assegurados 1,8 mil milhões de doses suplementares em 2022 e 2023.
“Estamos a entrar em negociações com a BioNTech-Pfizer para um terceiro contrato. Este contrato prevê a entrega de 1,8 mil milhões de doses extras no período de 2022 e 2023. E vai envolver não só a produção da vacina, mas também [a produção dos] componentes essenciais, que estarão localizados na União Europeia”, explica a responsável europeia.
Ursula von der Leyen elogiou o ritmo de vacinação europeu, adiantando que nesta quarta-feira a União Europeia chegará aos cem milhões de pessoas vacinadas. Deste número, 27 milhões já receberam as duas doses da vacina. Estes 50 milhões de doses adicionais da vacina da Pfizer que vão chegar no segundo trimestre deste ano são uma antecipação de uma tranche que só deveria ser recebida no último trimestre de 2021.
Menos de 24 horas após a Johnson & Johnson anunciar um atraso na entrega de vacinas na Europa, a imprensa italiana avançou nesta quarta-feira que a Comissão Europeia não vai renovar contratos com o grupo norte-americano e com a AstraZeneca. De acordo com o jornal La Stampa, que cita fonte do Ministério da Saúde italiano, a intenção passa por apostar em vacinas que usam tecnologia de ARN-mensangeiro (ARNm), como a da Pfizer-BioNTech e a da Moderna.
A verdade é que, apesar de não confirmarem oficialmente a notícia do La Stampa, não há propriamente um desmentido taxativo à informação avançada pelo diário italiano. Em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, fonte oficial da Comissão Europeia diz que estão em aberto “todas as opções” no combate à pandemia de covid-19. “Mantemos todas as opções em aberto para estarmos preparados para as próximas fases da pandemia, para 2022 e mais além”, escreve este porta-voz, recusando porém comentar detalhes contratuais.
É importante relembrar que, a confirmar-se, a decisão de afastamento do contrato não terá influência no número de doses recebidas em 2021. A Comissão Europeia acordou com a Janssen, uma subsidiária da Johnson & Johnson que desenvolve este fármaco, a compra de 200 milhões de doses este ano, com uma opção de 200 milhões de doses adicionais. Este volume adicional seria o valor imediatamente afectado por uma não renovação do contrato. Quanto à vacina da AstraZeneca-Oxford, a Comissão Europeia tem contratualizados 400 milhões de doses, que custaram 336 milhões de euros, de acordo com o contrato revelado em Janeiro.
A agenda da task force da Direcção-Geral da Saúde apontava a chegada das primeiras 30 mil doses da vacina da Johnson & Johnson a Portugal esta semana, não tendo sido ainda possível apurar se a primeira tranche deste medicamento chegará ao país na madrugada de quinta-feira. Ainda durante o segundo trimestre deste ano estava prevista a chegada ao país de 1,25 milhões de doses, do total de 4,5 milhões de doses desta vacina que o país espera receber ao longo deste ano.
No início da manhã desta terça-feira, o regulador norte-americano dos medicamentos, a Food and Drug Administration (FDA), recomendou a suspensão da administração da vacina nos Estados Unidos. No centro da recomendação de suspensão da FDA estão os casos de seis mulheres que desenvolveram problemas raros de coágulos sanguíneos na sequência da imunização com esta vacina. A agência do medicamento pediu esta suspensão, de modo a conseguir avaliar com caução estes episódios, semelhantes aos ocorridos após as inoculações com a vacina da AstraZeneca. Todos os casos se registaram em mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 48 anos. Uma destas mulheres morreu em resultado destas complicações e outra está hospitalizada em estado crítico.
Na Europa, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já está a analisar atentamente os casos reportados nos Estados Unidos, devendo tomar uma decisão sobre a administração do fármaco nos próximos dias. Poucas horas após a recomendação da FDA, a Johnson & Johnson anunciou que iria atrasar a entrega do fármaco na Europa, no dia que marcava a chegada do medicamento a alguns países europeus. “Proactivamente, tomámos a decisão de atrasar a distribuição da nossa vacina na Europa”, informou a empresa em comunicado.
Ao contrário da vacina desenvolvida pela Janssen, que ainda não começou a ser administrada na Europa, já mais de 25 milhões de doses da vacina da AstraZeneca chegaram à Europa. Após a detecção de complicações com coágulos sanguíneos em pessoas mais jovens, vários países decidiram suspender a inoculação de pessoas com menos de 60 anos. Portugal foi um desses países, com as autoridades de saúde a garantirem que quem recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca poderá receber a segunda dose de qualquer outra marca, de modo a completar a imunização.