Covid-19: Comissão aconselha Estados-membros a manterem limitação a chegadas não essenciais do Brasil
Bruxelas alerta para o risco de propagação das variantes brasileiras do vírus do SARS-CoV-2.
A Comissão Europeia aconselhou esta terça-feira os Estados-membros da União Europeia a manterem as limitações às viagens não essenciais do Brasil devido à propagação de novas variantes do SARS-CoV-2, pedindo “rastreios mais rigorosos” para eventuais viajantes.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Comissão Europeia aconselhou esta terça-feira os Estados-membros da União Europeia a manterem as limitações às viagens não essenciais do Brasil devido à propagação de novas variantes do SARS-CoV-2, pedindo “rastreios mais rigorosos” para eventuais viajantes.
“No que toca à gestão das fronteiras externas, no contexto da emergência das variantes, gostaria de recordar que a Comissão tem levado esta questão muito a sério, desde o início do ano, e, tendo em conta o aconselhamento científico, (...) propusemos medidas mais restritivas para viagens não essenciais para a UE”, disse o porta-voz da Comissão Europeia para os Assuntos Interiores, Adalbert Jahnz.
Falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, o responsável lembrou que, em Fevereiro passado, o Conselho da UE adoptou “uma abordagem europeia mais forte em termos de viajantes provenientes destas regiões especialmente afectadas pelas variantes”, após proposta da Comissão Europeia.
“A ideia é que as viagens só sejam permitidas por razões essenciais (...) e, ainda assim, os viajantes devem ser submetidos a rastreios mais rigorosos quando regressam destas regiões, como quarentena obrigatória e testagem”, assinalou Adalbert Jahnz.
E vincou: “Encorajamos firmemente os Estados-membros a aplicarem estas medidas mais restritivas”.
A posição de Bruxelas surge numa altura em que a variante brasileira se continua a propagar rapidamente pelo mundo, nomeadamente no continente americano e na UE, e dias depois de uma outra possível estirpe do vírus ter sido descoberta na cidade brasileira de Belo Horizonte por cientistas locais, que detectaram a combinação de 18 mutações nunca anteriormente descritas.
No dia 20 de Março, o Governo português alargou até 15 de Abril a suspensão dos voos com o Reino Unido e Brasil e o isolamento profiláctico de 14 dias aplica-se também à fronteira terrestre para países de alto risco.
Segundo uma nota do executivo, apenas estão permitidos para Portugal os voos de repatriamento e os cidadãos que cheguem a Portugal provenientes do Brasil e Reino Unido, nos voos de repatriamento ou através de escalas, bem como da África do Sul ou de países com taxa de incidência igual ou superior a 500 casos por 100 mil habitantes (como França ou Itália), têm não só de apresentar o comprovativo de teste negativo como cumprir um período de isolamento profiláctico de 14 dias.
Na semana passada, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil apelou ao Governo para acabar com a proibição de voos da TAP para o Brasil, que diz estar a criar uma “situação de clara injustiça concorrencial” relativamente às outras companhias europeias.