Covid-19: vacina da Pfizer está a ser negociada a quase 20 euros por dose
À medida que surgem novas variantes do vírus também o preço das vacinas contra a covid-19 tem vindo a aumentar, alertou o primeiro-ministro búlgaro, que pede aos governos uma redefinição de orçamentos mais elevados para a vacinação.
O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov, revelou que o preço unitário da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 está a subir, numa altura em que a Europa se vê obrigada a procurar novos acordos para cumprir com o objectivo de atingir a imunidade de grupo no Verão enquanto enfrenta atrasos de encomendas.
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O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov, revelou que o preço unitário da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 está a subir, numa altura em que a Europa se vê obrigada a procurar novos acordos para cumprir com o objectivo de atingir a imunidade de grupo no Verão enquanto enfrenta atrasos de encomendas.
Segundo o jornal Expresso, Borissov disse este domingo que o preço de cada dose da vacina desenvolvida pela parceria da farmacêutica norte-americana com a empresa alemã tem subido ao ponto de estarem a ser negociados contratos a um preço unitário de 19,5 euros, mais 63% que o preço inicial.
“A [vacina da] Pfizer custava 12 euros, depois passou para os 15,50. Estão a ser assinados contratos [pela Comissão Europeia (CE)] para 900 milhões de vacinas a um preço de 19,50 euros”, disse o primeiro-ministro búlgaro ao site de notícias europeu Euractiv.
A Comissão Europeia confirmou esta segunda-feira que está a negociar a compra de cerca de dois mil milhões de vacinas, não confirmando no entanto os preços de compra das doses ou a empresa com quem está em conversações.
“Não falamos sobre os preços de potenciais contratos. O objectivo é o de estarmos preparados para 2022 e depois. Identificámos a necessidade de quase dois mil milhões de doses que serão necessárias para enfrentar os desafios”, disse Stefan De Keersmaecker, porta-voz da Comissão.
De acordo com o primeiro-ministro búlgaro, os desafios prendem-se com as novas variantes do vírus. Neste momento, o medo maior surge em torno da variante francesa. A preocupação existe também face à possibilidade de outras variantes que possam surgir.
Nem as farmacêuticas estão livres dos riscos de novas estirpes Um estudo israelita divulgado este domingo revelou que a variante sul-africana (B.1.351) do vírus SARS-CoV-2 é mais resistente à vacina da Pfizer/BioNTech do que a britânica, embora não tenha especificado o grau de resistência.
“19,50 euros por 900 milhões [de doses] custará quase 18 mil milhões”, alertou Borissov, lembrando a necessidade de definir orçamentos mais elevados para os programas de vacinação.
Stefan De Keersmaecker indicou que a Comissão Europeia decidiu avançar para a compra de mais dois mil milhões de doses para “estarmos bem preparados em 2022-2023”, nomeadamente no que diz respeito à resposta aos riscos associados às novas variantes. Contudo, não confirmou se havia negociações com a Pfizer para a compra das tais 900 milhões de doses a 19,50 euros por unidade.
A Comissão não divulga os preços a que tem negociado as vacinas contra a covid-19, mas a secretária de Estado belga Eva De Bleeker partilhou em Dezembro no Twitter uma tabela com os preços negociados pela União Europeia. A Reuters conseguiu apurar que a União Europeia acordou pagar 12 e 15,5 euros por unidade à Pfizer-BioNTech, números bem mais avolumados que o preço unitário das doses da AstraZeneca, que custava 1,78 euros.