As declarações de Suzana Garcia inserem-se na pluralidade do PSD?

Suzana Garcia defende a castração química e física e já disse que Mamadou Ba “é um traidor” que deveria ir para o “país dele”, sendo que Ba é português

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José Silvano é o secretário-geral do PSD LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A frase

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A frase

“Não vimos nelas [tomadas de posição de Suzana Garcia] algo que não pudesse ser admitido no âmbito da pluralidade de opiniões deste partido”. José Silvano, secretário-geral do PSD

O contexto

Na apresentação de vários candidatos autárquicos, na quarta-feira, o secretário-geral do PSD José Silvano disse que o partido tinha analisado as declarações de Suzana Garcia, a candidata social-democrata à Câmara da Amadora. Segundo Silvano, o PSD nada encontrou que não se enquadrasse na pluralidade do partido. “O PSD é um partido onde cabem todos, desde que não ponham em causa os valores essenciais da social-democracia. Convivemos bem com a diferença de opiniões e não condenamos ninguém por delito de opinião”, disse. 

Os factos

Suzana Garcia já defendeu a castração química e física de pedófilos e, em relação a Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, já o mandou para a sua “terra” - sendo que Mamadou Ba é um português negro, de origem senegalesa. “Quando ele diz que o povo português é racista, é um traidor. [....] Ele podia fazer esse ataque no país dele, onde ele podia ter utilidade. No Senegal há imensos problemas, ele que vá lá tratar deles, conspurcar o legado cultural deles, e não o meu, o da minha pátria, o do meu pai”, disse Suzana Garcia.

É verdade que este tipo de discurso não é comum nos sociais-democratas, mas há precedentes. André Ventura, hoje líder do Chega, foi candidato do PSD à Câmara de Loures. Nessa campanha, defendeu a prisão perpétua e dirigiu várias críticas à etnia cigana. O CDS retirou-lhe a confiança política, mas o PSD (então liderado por Passos Coelho) manteve o apoio.

Conclusão

A frase é parcialmente verdadeira