Piscina das Marés abre renovada em Maio
Obra de Álvaro Siza, Monumento Nacional desde 2011, reabre após obras de reabilitação. Visitas arrancam em Maio e os mergulhos estão prometidos para “a próxima época balnear”, “se a evolução da epidemia o permitir”.
Depois de quase dois anos de obras de reabilitação, a Piscina das Marés, colada ao mar de Leça da Palmeira, reabre a partir de Maio a visitas, “sendo que o equipamento estará em pleno funcionamento na próxima época balnear se a evolução da epidemia o permitir”, garante a autarquia de Matosinhos em comunicado.
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Depois de quase dois anos de obras de reabilitação, a Piscina das Marés, colada ao mar de Leça da Palmeira, reabre a partir de Maio a visitas, “sendo que o equipamento estará em pleno funcionamento na próxima época balnear se a evolução da epidemia o permitir”, garante a autarquia de Matosinhos em comunicado.
Inaugurada em 1966, a Piscina das Marés foi um dos primeiros projectos desenhados pelo arquitecto Álvaro Siza e ainda hoje é uma das obras mais emblemáticas do Prémio Pritzker português. Em 2011, foi classificada como Monumento Nacional, e integra a lista indicativa a Património Mundial da UNESCO.
Face à “deterioração de vários elementos”, incluindo a estrutura de betão armado, o tanque principal da piscina e o sistema de filtração de água salgada, a autarquia decidiu reabilitar todo o complexo em 2019. Foi Álvaro Siza quem assinou o novo projecto de reabilitação e, segundo a autarquia, terá acompanhado “a execução dos trabalhos e todas as suas especificidades”.
Com um investimento de 1,3 milhões de euros, o projecto envolveu “a instalação mecânica de bombas de captação e circulação, sistema de filtragem e tratamento da água, tubagens e infra-estruturas eléctricas”, assim como a reabilitação de todos os edifícios e dos tanques das piscinas, e o tratamento das superfícies de betão e madeiras. “Foram ainda construídos novos balneários e foi aumentada a área de permanência ao ar livre.”
A execução da obra deveria ter demorado 11 meses, mas o processo “contou com algumas adversidades”, acrescenta o comunicado, nomeadamente os “constrangimentos provocados pela pandemia” e “os efeitos quer das marés vivas quer do mau tempo que se fez sentir”.
Na época balnear de 2018, passaram pelo monumento cerca de 60 mil pessoas, apontava Fernando Rocha, vereador da Cultura, durante a aprovação da proposta de reabilitação, há dois anos.
No ano passado, o programa de estudo para a gestão e conservação da Piscina das Marés proposto pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto recebeu uma bolsa de 100 mil euros da Fundação Getty.
“A Piscina das Marés é uma das obras mais paradigmáticas do percurso profissional de Siza, que nos permitiria desenvolver um modelo de plano de gestão e conservação a ser aplicado noutras obras e, assim, contribuir para a instrução da candidatura a submeter à UNESCO”, justificava então Teresa Cunha Ferreira, coordenadora do projecto, ao PÚBLICO.