Espanha impede ida a leilão de possível obra de Caravaggio

Perante as dúvidas sobre a autoria de um Ecce Homo que ia a leilão esta quinta-feira, e cuja base de licitação era de apenas 1500 euros, o Estado espanhol resolveu intervir.

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A obra iria a leilão esta quinta-feira na Casa Ansorena, em Madrid DR

O Estado espanhol impediu a ida a leilão de um Ecce Homo datado do século XVII que se acredita poder ter sido pintado por Caravaggio (1571-1610). A licitação de La Coronación de Espinas estava prevista para esta quinta-feira, na Casa Ansorena, em Madrid, mas as dúvidas que se levantaram em torno da autoria da obra, inicialmente atribuída ao círculo do pintor José Ribera, levaram o Ministério da Cultura a intervir, decretando que, mesmo que a venda do quadro venha a realizar-se, ele não poderá sair do país.

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O Estado espanhol impediu a ida a leilão de um Ecce Homo datado do século XVII que se acredita poder ter sido pintado por Caravaggio (1571-1610). A licitação de La Coronación de Espinas estava prevista para esta quinta-feira, na Casa Ansorena, em Madrid, mas as dúvidas que se levantaram em torno da autoria da obra, inicialmente atribuída ao círculo do pintor José Ribera, levaram o Ministério da Cultura a intervir, decretando que, mesmo que a venda do quadro venha a realizar-se, ele não poderá sair do país.

A base de licitação deste Ecce Homo do século XVII, que mede 111 por 86 centímetros, era de apenas 1500 euros. Mas a intervenção do Estado espanhol levou a que o lote 229, do qual constava o quadro, fosse retirado do leilão.

Segundo o ministro da Cultura espanhol, José Manuel Rodríguez Uribes, poderá de facto tratar-se de um Caravaggio, o lendário pintor barroco italiano que alguns críticos de arte consideram como um dos mais importantes da história. Mas, como salientou Uribes, ainda não há certezas. Perante as dúvidas, a Junta de Qualificação de Bens do Património Histórico reuniu-se de emergência na quarta-feira, decretando no final do encontro que o quadro não pode ser exportado, uma medida cautelar que impede a sua saída de Espanha.

O ministro da Cultura anunciou ainda que solicitou à edilidade de Madrid a classificação da obra como bem de interesse público, de forma a obrigar o seu proprietário a cumprir com uma série de obrigações, como a conservação da tela, a autorização para que a mesma seja examinada pelas instituições competentes do Estado, ou a sua cedência para exposições. A classificação impõe ainda ao proprietário da obra a obrigação de comunicar a intenção de o vender ou de o exportar.

Vários especialistas estarão agora a estudar este Ecce Homo, para aquilatar da sua autoria. Entre esses especialistas está Maria Cristina Terzaghi, uma das principais estudiosas do mestre do século XVII, que, segundo o jornal italiano La Repubblica, não terá quaisquer dúvidas que se trata mesmo de um Caravaggio. A professora de história de arte moderna sustenta que o “valor compositivo” e o “vínculo profundo” do quadro com outras obras elaboradas por Caravaggio são muito evidentes.