Centro algarvio angaria fundos para cuidar das crias acolhidas na Primavera e no Verão

O Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, em Olhão, abriu uma campanha de crowdfunding para cuidar das crias de animais selvagens que receberá na Primavera e no Verão. No primeiro trimestre de 2021, já quase 900 animais foram acolhidos no Centro.

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Nuno Ferreira Santos

O Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS), em Olhão, no Algarve, iniciou uma campanha de angariação de fundos para cuidar das pequenas crias de aves e mamíferos que recebe durante a Primavera e o Verão.

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O Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS), em Olhão, no Algarve, iniciou uma campanha de angariação de fundos para cuidar das pequenas crias de aves e mamíferos que recebe durante a Primavera e o Verão.

“Está a aproximar-se a época de mais trabalho do RIAS, altura em que recebemos mais crias - na Primavera e no Verão - e como são animais que precisam de muita dedicação precisamos de aumentar a equipa”, disse à Lusa a coordenadora do RIAS.

Fábia Azevedo adiantou que as crias representam “10% dos animais recolhidos no centro, 300 por ano”, mas implicam um tratamento intensivo, que no caso dos mamíferos - ouriços-cacheiros, lontras, ginetas, morcegos - envolve uma alimentação “24 horas por dia”. As necessidades nutritivas destes animais implicam “um gasto extra”, já que é necessário adquirir “rações especiais e insectos vivos”, realçou.

Os apoios à campanha “Ajude a salvar as crias de animais selvagens”, que pretende atingir os 3200 euros, podem ser feitos através da plataforma PPL e implicam uma recompensa que, dependendo do valor doado, pode ser a fotografia digital de um dos pacientes com uma nota de agradecimento, um convite para a libertação de um animal ou mesmo uma visita ao centro, entre outros.

A bióloga sublinhou que as contribuições devem ser feitas apenas através da plataforma, e não directamente para o RIAS, já que este tipo de campanhas implica que o valor solicitado seja atingido para que possa ser recebido.

Todos os anos o RIAS tem a necessidade de contratar pessoas para cuidar especificamente das crias, mas a pandemia de covid-19 dificultou a obtenção dos habituais donativos nas libertações de animais.

Os visitantes do centro no parque de Marim, em Olhão, no distrito de Faro, eram “outra fonte de rendimento”, algo que deixou de acontecer desde o início da pandemia, em Março de 2020. “Como já não temos esses momentos há um ano, o orçamento que temos para esta altura do ano não é suficiente”, indicou a coordenadora.

Desde 2009 que o RIAS é responsável pela gestão do Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, localizado em pleno Parque Natural da Ria Formosa. O funcionamento é garantido pelo apoio do Aeroporto de Faro, “reduzido em 50% em 2020”, para 20 mil euros, e compensado em parte pelas “contribuições de quase todas as câmaras municipais algarvias”.

Em 12 anos, o centro já recolheu mais de 15.000 animais e 2020 foi o ano mais trabalhoso, com mais de 3000 acolhimentos. Os primeiros três meses de 2021 seguem o mesmo caminho, com "quase 900 animais” entregues, notou Fábia Azevedo.