Ucrânia pressiona NATO em busca de avisos à Rússia
Líder ucraniano sublinhou a necessidade de um caminho claro de adesão à aliança atlântica do seu país, “única forma” de travar a ameaça russa e de terminar com a guerra no Leste da Ucrânia.
O Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, pediu à NATO que avalie o seu plano de candidatura, um apoio que enviaria à Rússia um “sinal real”, numa altura em que Moscovo mobilizou tropas junto a diferentes pontos da fronteira. “A adesão é a única forma de pôr fim à guerra”, disse Zelenski numa conversa telefónica com o secretário-geral da aliança militar, Jens Soltenberg.
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O Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, pediu à NATO que avalie o seu plano de candidatura, um apoio que enviaria à Rússia um “sinal real”, numa altura em que Moscovo mobilizou tropas junto a diferentes pontos da fronteira. “A adesão é a única forma de pôr fim à guerra”, disse Zelenski numa conversa telefónica com o secretário-geral da aliança militar, Jens Soltenberg.
As palavras do chefe de Estado ucraniano irritaram a Rússia, que o acusa de querer escalar o conflito no Leste, entre o exército de Kiev e os separatistas pró-russos, apoiados pelo Governo russo. A entrada da Ucrânia na NATO não ajudaria Kiev, só “agravaria a situação”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Para muitos cidadãos da região de Donbass pertencer à aliança atlântica é “profundamente inaceitável”, sublinhou o porta-voz. “Até agora não vemos por parte da Ucrânia uma intenção de se acalmar e de se afastar os temas beligerantes”, acusou.
Moscovo insiste em negar o seu envolvimento no conflito nas regiões de Donetsk e Lugansk, onde se vive uma guerra com sete anos e que, segundo a ONU, fez já 14 mil mortos e vários milhões de deslocados.
Soltenberg manifestou o seu apoio à integridade territorial da Ucrânia, evitando referir se a NATO defende acelerar o caminho para que o país se inscreva no chamado Plano de Acção para Membros, que dá apoio prático e aconselhamento aos países que aspiram integrar a Aliança Atlântica. O país que actualmente faz parte deste processo é a Bósnia-Herzegovina – para a Rússia, disse Moscovo recentemente, a adesão dos bósnios seria um “acto hostil” a exigir reacção.
“Telefonei ao Presidente Zelenski para expressar preocupação face às actividades militares da Rússia na Ucrânia e nos seus arredores e às contínuas violações do cessar-fogo”, escreveu Soltenberg no Twitter. “Continuamos comprometidos com a nossa associação estreita”, acrescentou.
A Ucrânia está “comprometida” em avançar com reformas no seu Exército, mas isso por si “não deteria a Rússia”, insistiu o líder ucraniano no telefonema de terça-feira. Zelenski chegou ao poder em 2019 com promessas de lugar contra a corrupção e de pôr fim à guerra no Leste e garante estar preparado a fazer as reformas de segurança e defesa necessárias à adesão.
Em conversas paralelas com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e do Reino Unido, Boris Johnson, Zelenski repetiu pedidos de aumento de pressão sobre a Rússia, defendendo que a NATO tem de fortalecer a sua presença no Mar Negro.
Kiev acaba de dar contra da morte de dois dos seus soldados, atingidos a tiro em combate com os separatistas – são já 21 os militares mortos em 2021 –, enquanto a autoproclamada república de Donetsk acusou Kiev de matar uma criança com um drone.
Vários jornalistas e analistas registaram o movimento das tropas russas, que estão a menos de uma centena de metros de vários pontos da fronteira com a Ucrânia, uma mobilização vista como uma teste à Administração Biden e uma demonstração de força face à União Europeia, “quando Moscovo passa pelo pior momento nas suas relações com o Ocidente”, escreve o jornal espanhol El País a partir da capital russa.