Pandemia trouxe à Alemanha o maior défice desde a reunificação
Défice do sector público alemão chegou perto dos 190 mil milhões de euros.
Há mais de três décadas que não se atingiam valores tão elevados, mais concretamente desde os tempos da reunificação alemã. No ano de 2020 o défice do sector público da Alemanha atingiu os 189,2 mil milhões de euros devido à pandemia de covid-19. Para se ter ideia desta dimensão, basta pensar que em 2020, o Produto Interno Bruto da economia portuguesa foi de 202 mil milhões de euros.
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Há mais de três décadas que não se atingiam valores tão elevados, mais concretamente desde os tempos da reunificação alemã. No ano de 2020 o défice do sector público da Alemanha atingiu os 189,2 mil milhões de euros devido à pandemia de covid-19. Para se ter ideia desta dimensão, basta pensar que em 2020, o Produto Interno Bruto da economia portuguesa foi de 202 mil milhões de euros.
A pandemia de covid-19 teve um efeito devastador na maior economia alemã, que não apresentava valores negativos neste indicador desde 2013. Para além destas consequências económicas, há ainda 77 mil mortes a lamentar.
De acordo com a entidade oficial de estatísticas alemã, os gastos públicos aumentaram 12,1%, para 1,7 biliões de euros em 2020, aplicados pelo governo para compensar os meses de confinamento, enquanto a receita fiscal caiu 3,5%, para 1,5 biliões de euros.
Apesar do efeito devastador nas contas públicas, a verdade é que a economia alemã se tem mostrado mais resistente do que o esperado, graças à procura chinesa de bens e serviços germânicos, que permitiu bons níveis nas exportações.
O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, antecipou que a despesa pública vai continuar a marcar a estratégica de recuperação, prometendo “fazer o que fosse necessário” para permitir que a Alemanha saia da crise económica trazida pelo combate à pandemia. Actualmente, as preocupações estão todas centradas na luta para controlar uma terceira vaga da pandemia, pelo que muitos estabelecimentos vão permanecer fechados até ao final deste mês.
A legislação alemã permite às empresas encurtar as horas de trabalho de forma a evitar despedimentos em massa. Mas o número de pessoas com jornada de trabalho reduzida já começou a baixar – passou de 2,9 milhões para 2,7 milhões em Março -, uma evolução motivada sobretudo pelo sector industrial, que procura dar resposta aos pedidos para exportação. O número máximo de trabalhadores que chegou a estar neste esquema de horário reduzido atingiu os seis milhões de pessoas, em Março do ano passado.