Sócrates e Ricardo Salgado são figuras centrais no imaginário dos portugueses sempre que se fala em corrupção
A Operação Marquês ajudou a cimentar a confiança dos portugueses na justiça? Sim, porque mostrou que deixou de haver figuras intocáveis. E não, por causa da “extrema lentidão” com que avança. Eis o olhar dos especialistas sobre as sequelas deste processo cuja decisão instrutória está marcada para sexta-feira.
Mais de sete anos e cinco mil folhas depois, onde cabe a descrição pormenorizada de um total de 189 crimes imputados a 28 arguidos, entre os quais o ex-primeiro ministro José Sócrates, são poucos os que arriscam certezas sobre o desfecho do processo cunhado como Operação Marquês. Mas, independentemente da decisão instrutória que vier a ser proferida pelo juiz Ivo Rosa, ajudou ou não a mudar a percepção dos portugueses sobre a corrupção e sobre a capacidade de a máquina judicial a sancionar, independentemente de quem a pratique? Dito de outro modo, este processo, que bateu picos de audiência – recordam-se da detenção televisionada em directo de José Sócrates? –, firmou a convicção de que deixou de haver intocáveis perante os tribunais, ou, pelo contrário, a morosidade do seu epílogo serve apenas para agravar o descrédito da justiça portuguesa?
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Mais de sete anos e cinco mil folhas depois, onde cabe a descrição pormenorizada de um total de 189 crimes imputados a 28 arguidos, entre os quais o ex-primeiro ministro José Sócrates, são poucos os que arriscam certezas sobre o desfecho do processo cunhado como Operação Marquês. Mas, independentemente da decisão instrutória que vier a ser proferida pelo juiz Ivo Rosa, ajudou ou não a mudar a percepção dos portugueses sobre a corrupção e sobre a capacidade de a máquina judicial a sancionar, independentemente de quem a pratique? Dito de outro modo, este processo, que bateu picos de audiência – recordam-se da detenção televisionada em directo de José Sócrates? –, firmou a convicção de que deixou de haver intocáveis perante os tribunais, ou, pelo contrário, a morosidade do seu epílogo serve apenas para agravar o descrédito da justiça portuguesa?