“Coragem hoje, abraços amanhã”. É este o mote para Lisboa celebrar o mês da liberdade

Os eventos do programa “Abril em Lisboa” realizam-se ao longo do mês e todos eles têm entrada e acesso gratuito.

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Miguel Manso/arquivo

Lisboa vai voltar celebrar o mês da liberdade. A EGEAC – Cultura em Lisboa, organização responsável pela gestão de muitos espaços culturais e pela realização das festas da cidade e de outros momentos culturais, tem uma programação especial para celebrar Abril. Através de diferentes eventos ao longo do mês, com destaque para a animação cultural, música, teatro, cinema e leitura, o programa “Abril em Lisboa” pretende atribuir um novo sentido à mensagem partilhada entre as mulheres detidas pela PIDE durante a ditadura - “Coragem hoje, abraços amanhã”.

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Lisboa vai voltar celebrar o mês da liberdade. A EGEAC – Cultura em Lisboa, organização responsável pela gestão de muitos espaços culturais e pela realização das festas da cidade e de outros momentos culturais, tem uma programação especial para celebrar Abril. Através de diferentes eventos ao longo do mês, com destaque para a animação cultural, música, teatro, cinema e leitura, o programa “Abril em Lisboa” pretende atribuir um novo sentido à mensagem partilhada entre as mulheres detidas pela PIDE durante a ditadura - “Coragem hoje, abraços amanhã”.

No site da organização pode ler-se: “Num momento em que a pandemia limita os contactos e condiciona os encontros, a mensagem ‘coragem hoje, abraços amanhã’ ganha um novo sentido.” Como tal, este programa vem relembrar essa coragem e esperança, de modo a que “nos inspiremos na resistência para mantermos viva a esperança de que dias melhores virão”. A organização irá tomar as devidas adaptações e precauções de modo a que todos os eventos possam decorrer em segurança.

O programa “Abril em Lisboa”, em parceria com o Museu do Aljube, vai realizar diferentes iniciativas culturais quer presenciais, quer online. O mês de Abril, em Portugal também apelidado de mês da liberdade devido à revolução de 25 de Abril de 1974, vai ser celebrado com muita música, leitura, itinerários cinematográficos, entre outros.

Dia 25 de Abril, a programação é marcada pelo som de fados revolucionários e canções de intervenção, com o concerto Nostalgia e Utopia, de Manuel João Vieira. O evento será transmitido às 11h, a partir do Capitólio, através de streaming nas redes sociais da Câmara Municipal de Lisboa bem como da EGEAC, mas pode ser também assistido presencialmente. A entrada é livre, com lotação limitada e sujeita a levantamento de bilhetes nos dias 24 e 25, no Cinema São Jorge. No comunicado a organização destaca “um espectáculo inédito com vários músicos convidados que nos transporta numa viagem musical emotiva”.

Para além da música, o programa também reserva espaço para a literatura. “Abril em Lisboa” inclui na agenda duas sessões de leitura da comunidade Ecotemporâneos, que se irão realizar em dois sábados do mês, no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta. No dia 10 de Abril terá como convidado especial Mamadou Ba, activista e dirigente do SOS Racismo. Já dia 17, a sessão contará com a presença da actriz Beatriz Batarda.

O cinema também tem espaço. Durante três fins-de-semana de Abril, o geógrafo Aquilino Machado promove um itinerário digital para conhecer “Os cinemas e outros lugares de encontro na Avenida Almirante Reis: uma memória emocional de resistência ao Estado Novo” com um percurso sobre a vida cultural e boémia de uma das principais vias da cidade, que extravasava o regime ditatorial do país.

Também é destacado o teatro através da peça documental Amores na Clandestinidade, da autoria de André Amálio e Tereza Havlícková, que estreará online no dia 16 deste mês às 19h00. A peça, que explora as relações afectivas e familiares na luta antifascista, estará em exibição até dia 21 de Abril, sempre à mesma hora.

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Imagens do concerto Nostalgia e Utopia, de Manuel João Vieira

No museu Aljube, o programa “Abril em Lisboa” relembra a revolução dos cravos através de uma selecção de desenhos, gravuras e pinturas do pintor Júlio Pomar. Uma exposição apelidada “8998 Pomar”.

Para além disto, no Museu do Aljube decorrerá ainda uma conversa com Margarida Tengarrinha sobre o seu livro Memórias de uma Falsificadora e uma peça de teatro baseada na mesma obra. Também se realizará um peddy paper numa visita orientada à exposição permanente do museu e um concerto com o músico Rogério Charraz e o compositor João Monge a partir do álbum Cantigas do Maio de Zeca Afonso.

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“No mês da liberdade não deixamos de a comemorar, apesar dos constrangimentos”, reforça a nota enviada à imprensa pela EGEAC. De acordo com a organização, todos os eventos serão “de entrada e acesso gratuito” e disponibilizam mais informações em culturanarua.pt.

Texto editado por Ana Fernandes

Notícia alterada às 9h de 7 de Abril - Altera data e condições de acesso ao concerto no Capitólio

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Peça de teatro “Amores na Clandestinidade”, de André Amálio e Tereza Havlícková