Príncipe William: façam o que digo, não o que faço?
O príncipe herdeiro da coroa britânica está na mira de uma torrente de críticas depois de ter exortado os britânicos a alterarem comportamentos no âmbito da urgência climática. Muitos perguntam: então e o Range Rover?
Os veículos com o emblema da Land Rover há muito que fazem parte das preferências da família real britânica, e ainda que hoje a marca tenha entre a sua gama opções electrificadas, nomeadamente de ligar à corrente, não são essas que fazem parte do parque automóvel da realeza. O que, de cada vez que um membro da monarquia se manifesta em defesa do ambiente, se torna um problema.
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Os veículos com o emblema da Land Rover há muito que fazem parte das preferências da família real britânica, e ainda que hoje a marca tenha entre a sua gama opções electrificadas, nomeadamente de ligar à corrente, não são essas que fazem parte do parque automóvel da realeza. O que, de cada vez que um membro da monarquia se manifesta em defesa do ambiente, se torna um problema.
Numa mensagem em vídeo, transmitida na gala da Conservação Internacional no Reino Unido, o duque de Cambridge apelou à humanidade para “restabelecer a relação com a natureza e a trajectória como espécie”, a fim de evitar um desastre climático. E, considerando que a próxima década será “um dos nossos maiores testes”, advertiu que as pessoas mais vulneráveis em todo o mundo seriam as mais atingidas pelos efeitos devastadores das alterações climáticas. Embora muitos tenham aplaudido os esforços de William para enfrentar a crise climática, que inclui o Prémio Earthshot, de 50 milhões de libras esterlinas (58,8 milhões de euros), criado em parceria com o naturalista David Attenborough e mais de 60 organizações e peritos, acabou por ser criticado pelo seu comportamento em relação ao ambiente.
Os comentários choveram no Twitter, com os utilizadores a não perdoarem o facto de William fechar os olhos sobre a preferência da família por automóveis de motores térmicos com quatro rodas motrizes, habitualmente com maiores consumos e, logo, maiores emissões de gases poluentes. Além de, claro, terem sido apontadas as incongruências entre os discursos e as viagens de avião. Afinal, notou um utilizador, “o pai acabou de voar para a Grécia, numa pandemia, para depositar uma coroa de flores”, referindo-se à viagem que o príncipe Carlos, na companhia da duquesa da Cornualha, fez ao país do Mediterrâneo para assinalar os 200 anos do início da guerra que traria a independência grega. Recorde-se que a ascendência de Carlos se cruza com a família real grega: o avô pai do duque de Edimburgo era o príncipe André da Grécia e Dinamarca, o sétimo filho do rei Jorge I da Grécia e da grã-duquesa Olga Constantinovna da Rússia.
Esta não é a primeira vez que os membros da família real são acusados de hipocrisia relativamente aos temas ambientais. O príncipe Harry e Meghan Markle foram violentamente criticados por, ao mesmo tempo que faziam discursos em prol da manutenção do clima, voarem em jactos privados.