Internamentos em UCI abaixo de 100, segundo estimativas. “Primeira fase do desconfinamento correu bem”
Previsões da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares são mais optimistas do que na semana passada, num dia em que Portugal registou mais 548 infectados e nove mortes, e em que o índice de transmissibilidade e a incidência subiram
Na próxima semana haverá ainda menos internados em Portugal com covid-19 e o número de camas necessárias nas unidades de cuidados intensivos (UCI) para estes doentes deverá mesmo ficar abaixo de cem. São estas as previsões da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), mais optimistas do que as perspectivas da semana passada, quando se temia que o desconfinamento trouxesse uma desaceleração na quebra de internamentos. “Felizmente que foi assim”, diz o presidente da APAH, Alexandre Lourenço, explicando: “A primeira fase do desconfinamento, nomeadamente com a reabertura do pré-escolar e 1.º ciclo, correu bem.”
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Na próxima semana haverá ainda menos internados em Portugal com covid-19 e o número de camas necessárias nas unidades de cuidados intensivos (UCI) para estes doentes deverá mesmo ficar abaixo de cem. São estas as previsões da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), mais optimistas do que as perspectivas da semana passada, quando se temia que o desconfinamento trouxesse uma desaceleração na quebra de internamentos. “Felizmente que foi assim”, diz o presidente da APAH, Alexandre Lourenço, explicando: “A primeira fase do desconfinamento, nomeadamente com a reabertura do pré-escolar e 1.º ciclo, correu bem.”
As estimativas da APAH são, no cenário mais optimista, de que na próxima semana existam 318 pessoas internadas com covid-19 e, no pior cenário, 358. Nas UCI, com necessidade de ventilação mecânica, a perspectiva é que os internamentos oscilem entre os 88 e os 95, quando na semana passada a estimativa se situava entre os 152 e 160 casos.
Apesar de avisar que é preciso “esperar mais um bocadinho para ver os efeitos da transmissão” em período de desconfinamento, já que os efeitos sobre os hospitais se fazem sentir sempre alguns dias mais à frente da aplicação das medidas, Alexandre Lourenço mostra-se mais optimista do que na semana passada. “Tornou-se claro que a situação está perfeitamente controlada nos hospitais. Não existe qualquer razão para que não estejam a funcionar em pleno na assistência aos doentes não-covid”, diz.
O presidente da APAH explica, em parte, estes bons resultados com o que diz ser “a informação clara utilizada pelo Governo, ao explicar que isto depende da responsabilidade de cada um”, mas avisa que nada está definitivamente ganho e que este período da Páscoa que se atravessa é particularmente sensível. “É natural que na Páscoa venhamos a ter algum retrocesso. Esperemos que não, que o Natal tenha funcionado como grande alerta, mas pode acontecer”, diz.
Para já, as perspectivas mantêm-se optimistas e, além da diminuição de número de camas afectas a doentes com covid-19, há também uma quebra da previsão do número de profissionais que serão necessários para lidar com a doença. Serão, segundo a APAH, entre 99 e 110 médicos, 659 e 739 enfermeiros, e entre 294 e 320 assistentes operacionais.
Já no que diz respeitos aos profissionais de saúde pública, a APAH estima que sejam necessários entre 243 e 295 pessoas para continuar a realizar inquéritos epidemiológicos ou manter a vigilância necessária (do primeiro contacto aos seguintes) sobre os casos suspeitos e confirmados.
O índice de transmissibilidade (Rt), que é um dos indicadores a ter em conta para o processo de desconfinamento e aquele que mais se tem aproximado da linha de risco, deverá ter uma evolução na ordem dos 2%, refere ainda a APAH.
Rt nos 0,97
As previsões da APAH são feitas com base nos relatórios da Direcção-Geral de Saúde, que esta sexta-feira dava conta que, no dia anterior, o Rt tinha voltado a subir, fixando-se em 0,97 - a chegada ao valor 1, a acontecer, é um sinal de alerta para um colocar um eventual travão no desconfinamento do país.
A incidência (número de novos casos nos últimos 14 dias por 100 mil habitantes), outro dos factores a ter em conta para decidir o ritmo do desconfinamento, também subiu ligeiramente, num dia em que foram contabilizados mais 548 novos casos de covid-19 e houve nove mortes associadas à doença, sete na região de Lisboa e Vale do Tejo, uma no Centro e outra no Algarve. Já o número de recuperados chegou aos 743, e estavam internadas 513 pessoas, 131 das quais em UCI.
Os números globais da covid-19 em Portugal dizem-nos que, até à data, houve 822.862 casos positivos no país e 16.868 mortes. Já as pessoas que recuperaram da doença fixam-se em 779.655. Havia ainda 26.339 casos activos.