Formulários digitais para reportar resultados dos autotestes à venda nas farmácias ainda não estão disponíveis
Direcção-geral da Saúde não avança com data para o início do funcionamento desta solução digital que permite reportar todos os resultados dos testes feitos em casa. Positivos e inconclusivos também podem ser comunicados à linha SNS24
Está previsto que os resultados dos testes realizados pelos cidadãos em casa devem ser reportados através de formulários electrónicos criados para o efeito ou, em alternativa, nos casos positivos ou inconclusivos, através de uma chamada para a linha SNS24. Mas apesar de os testes já terem chegado a centenas de farmácias e parafarmácias nestas quinta e sexta-feira os formulários que deviam ter sido criados ainda não estão disponíveis no site https://covid19.min-saude.pt.
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Está previsto que os resultados dos testes realizados pelos cidadãos em casa devem ser reportados através de formulários electrónicos criados para o efeito ou, em alternativa, nos casos positivos ou inconclusivos, através de uma chamada para a linha SNS24. Mas apesar de os testes já terem chegado a centenas de farmácias e parafarmácias nestas quinta e sexta-feira os formulários que deviam ter sido criados ainda não estão disponíveis no site https://covid19.min-saude.pt.
A existência dos formulários está prevista numa circular conjunta assinada pela directora-geral de Saúde e pelos presidentes do Infarmed e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), a 19 de Março. O PÚBLICO contactou o Ministério da Saúde para saber o motivo do atraso, tendo obtido uma resposta lacónica da Direcção-Geral da Saúde (DGS), e dos outros dois organismos que emitiram a circular, que nem sequer indica quando é que os formulários deverão estar disponíveis.
"Quem tiver um resultado positivo ou inconclusivo num autoteste deve ligar para o Centro SNS24 (808 24 24 24), que irá encaminhá-lo, de acordo com o que está definido nas Normas da DGS e na circular conjunta”, lê-se na resposta, que realça que o SNS24 “está preparado para encaminhar devidamente os utentes que tenham resultados positivos ou inconclusivos nos autotestes SARS-CoV-2”. E acrescenta-se: “Para além disso, as formas de reporte serão facilitadas, através da implementação de uma solução digital, a disponibilizar oportunamente como previsto também na mesma circular, e que irá funcionar como complemento ao SNS24”.
Não se explica, no entanto, os motivos do atraso dos formulários, nem que a falta dos mesmos impossibilita que sejam reportados os testes que foram realizados e tiveram um resultado negativo já que, ao contrário dos casos positivos e inconclusivos, estes não devem ser reportados através da linha SNS24. “Os resultados negativos deverão ser comunicados em formulário electrónico a disponibilizar oportunamente. A notificação destes resultados é igualmente importante para monitorização da actividade nacional de testagem”, explicava-se na circular conjunta.
É que sem o universo de testes realizados não é possível saber um importante indicador da evolução da pandemia, a taxa de positividade, que mostra quantos positivos há em cada 100 testes realizados. Este foi um dos indicadores que disparou entre o final de Dezembro e o início de Janeiro, ainda antes de Portugal começar a viver o pior pico da pandemia de covid-19 que a 28 de Janeiro contabilizou o maior número de novos casos, com quase 16.500 positivos.
A 1 de Janeiro de 2021 a taxa de positividade atingiu os 49,9% e no dia 25 de Dezembro de 2020 os 47,1% — os dois valores mais elevados de sempre, que estarão relacionados com uma menor testagem durante a passagem de ano e o Natal. As recomendações internacionais estabelecem que esse valor não deve ser superior a 4% para que a pandemia não se descontrole. À data de 22 de Março, segundo os cálculos do matemático Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a positividade média a sete dias estava em 1,3%.
As parafarmácias do Pingo Doce e a rede Well’s, da Soane, [grupo proprietário do PÚBLICO] começaram a vender autotestes rápidos para detectar a infecção pelo novo coronavírus esta quinta-feira. Na sexta-feira, este tipo de teste rápido de antigénio começou a chegar às farmácias. Um primeiro lote de 500 farmácias já está a dispensar autotestes em todos os distritos do continente. Este fim-de-semana vão também chegar às Regiões Autónomas”, refere a Alliance Healthcare num comunicado enviado à imprensa.
Nesta primeira fase, vão ser garantidos às farmácias 120 mil testes, número que aumentará em função da procura. Os testes podem ser vendidos em caixas de 25 ou de forma individual, uma opção que ainda não está disponível em todos os postos de venda. O preço dos exames depende do local de venda, mas a Well's anunciou que cada exame custará nas suas parafarmácias 6,99. Nos espaços de saúde do Pingo Doce cada teste fica ligeiramente mais barato (6,79€), mas nesta fase inicial o produto só estará disponíveis em caixas de 25 testes, com um preço final de 169,75€. Os testes podem ser vendidos sem receita médica e comprados por pessoas a partir dos 18 anos.