Há uma semana, o PÚBLICO dedicou quatro páginas à nova raspadinha do Património Cultural, uma daquelas decisões do governo que, pelo seu simbolismo, devia estar a causar um escândalo nacional. Infelizmente, não está. Já houve gente a escrever sobre este tema, como Luís Aguiar-Conraria (“Como pôr os mais pobres a pagar mais impostos? A Santa Casa da Miséria explica”) ou Daniel Oliveira (“Raspar o pobre”), e eu junto-me às suas vozes para sublinhar a incrível hipocrisia de um governo, alegadamente socialista, se atirar à carteira dos pobres não para ajudar outros ainda mais pobres – devia ser esse o trabalho da Santa Casa da Misericórdia –, mas para reforçar o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural. Estamos a empurrar para cima das classes E e D a preservação dos monumentos nacionais, esmagadoramente frequentados pelas classes médias, e que, como é óbvio, deveriam ser pagos pelos impostos de todos. Com a nova raspadinha do património, o governo de António Costa está a tirar aos pobres para dar aos ricos.
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Há uma semana, o PÚBLICO dedicou quatro páginas à nova raspadinha do Património Cultural, uma daquelas decisões do governo que, pelo seu simbolismo, devia estar a causar um escândalo nacional. Infelizmente, não está. Já houve gente a escrever sobre este tema, como Luís Aguiar-Conraria (“Como pôr os mais pobres a pagar mais impostos? A Santa Casa da Miséria explica”) ou Daniel Oliveira (“Raspar o pobre”), e eu junto-me às suas vozes para sublinhar a incrível hipocrisia de um governo, alegadamente socialista, se atirar à carteira dos pobres não para ajudar outros ainda mais pobres – devia ser esse o trabalho da Santa Casa da Misericórdia –, mas para reforçar o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural. Estamos a empurrar para cima das classes E e D a preservação dos monumentos nacionais, esmagadoramente frequentados pelas classes médias, e que, como é óbvio, deveriam ser pagos pelos impostos de todos. Com a nova raspadinha do património, o governo de António Costa está a tirar aos pobres para dar aos ricos.