As ruas de Calanda estão desertas, mas não silenciosas
Na Semana Santa de Calanda, em Espanha, há um momento em que, como escreveu Buñuel, “todos aguardam num silêncio total, tambor a tiracolo. À primeira badalada do meio-dia na igreja, um enorme estrondo, como uma sonora trovoada, golpeia e esmaga a aldeia. Todos os tambores percutem ao mesmo tempo”.
Fui parar a Calanda há uns vinte anos por causa de um livro. Ou por causa de vários. Ou, hipótese ainda mais verosímil, por um conjunto de circunstâncias que se cruzaram. Não se vai parar, afinal, a tantos lugares por razões de vária ordem, das quais muitas vezes não fazemos a mais pequena ideia? O argentino Facundo Cabral, um misto de poeta, compositor, músico, cantor e, consta, filósofo, dizia que sua mãe lhe fez saber em devido tempo que, crenças à parte, se quisesse fazer rir Deus, contasse-lhe os seus planos.
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Fui parar a Calanda há uns vinte anos por causa de um livro. Ou por causa de vários. Ou, hipótese ainda mais verosímil, por um conjunto de circunstâncias que se cruzaram. Não se vai parar, afinal, a tantos lugares por razões de vária ordem, das quais muitas vezes não fazemos a mais pequena ideia? O argentino Facundo Cabral, um misto de poeta, compositor, músico, cantor e, consta, filósofo, dizia que sua mãe lhe fez saber em devido tempo que, crenças à parte, se quisesse fazer rir Deus, contasse-lhe os seus planos.