Desconfinamento avança, mas será travado nos concelhos que continuem fora do verde
Primeiro-ministro fala esta quinta-feira sobre o desenvolvimento do plano de desconfinamento.
O plano de desconfinamento vai progredir pelo facto de Portugal permanecer na “zona verde”, mas esta quinta-feira, em conferência de imprensa depois do Conselho de Ministros, António Costa deixou um aviso: há concelhos acima do limiar de risco e, se a situação persistir, poderá ser preciso dar um passo atrás.
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O plano de desconfinamento vai progredir pelo facto de Portugal permanecer na “zona verde”, mas esta quinta-feira, em conferência de imprensa depois do Conselho de Ministros, António Costa deixou um aviso: há concelhos acima do limiar de risco e, se a situação persistir, poderá ser preciso dar um passo atrás.
Caso algum concelho registe, em duas avaliações consecutivas, um índice de transmissibilidade superior a 1 e uma incidência de novos casos por 100 mil habitantes superior a 120, não avançará na próxima fase de desconfinamento. “Se em avaliações consecutivas esses concelhos estiverem acima do limiar de risco, não avançam no desconfinamento”, afirmou o primeiro-ministro.
Neste momento, há 19 concelhos de risco, adiantou o primeiro-ministro. Questionado sobre possíveis medidas nestes concelhos, António Costa afirmou que é necessário haver “medidas com estabilidade” e que, por isso, a avaliação será feita sempre de 15 em 15 dias. “Não será tomada nenhuma medida intercalar”, referiu.
Nestes concelhos, a intenção passa por promover uma articulação com as autoridades de saúde, no sentido de isolar e identificar os casos de infecção por SARS-CoV-2. “O que nós desejamos é que, uma vez sinalizado um concelho como estando numa situação de risco, possa haver um esforço das autoridades de saúde e com envolvimento dos autarcas para fazer um esforço acrescido de identificação, isolamento, rastreamento das cadeias de contágio de forma a conter estes riscos e podermos chegar daqui a 15 dias com nenhum destes concelhos na mesma situação”, atestou.
Sobre o aumento do R(t) nas últimas semanas, António Costa disse que as medidas são “progressivas”. “Se me perguntarem o que acontece se passarmos o 1? Como sempre dissemos, as medidas serão progressivas. Uma coisa é chegarmos ao 1,01, outra coisa é termo um 1,5 ou 1,2. Temos que graduar devidamente as medidas. O esforço que temos de fazer é ficar no quadrante verde”.
O primeiro-ministro pediu aos portugueses que tivessem especial atenção durante a Páscoa, período em que os contactos sociais tendem a aumentar. António Costa sublinhou que o “tradicional almoço de Páscoa deve ser mesmo evitado” e alertou para o risco real de contaminação de familiares.
“Nesta terceira vaga conseguimos trazer com grande sacrifício, determinação e persistência, de dias em que chegámos a ser os piores do mundo para a situação em que hoje nos encontramos, em que no espaço europeu só a Islândia está melhor que Portugal”, explicou o primeiro-ministro, voltando a agradecer aos portugueses “pela forma como têm conseguido colectivamente controlar esta pandemia”.
O programa apresentado a 11 de Março prevê, a partir de segunda-feira, a reabertura:
- das escolas do 2.º e 3.º ciclos e de equipamentos sociais na área da deficiência;
- de museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares;
- de lojas até 200 metros quadrados com porta para a rua;
- de feiras e mercados não alimentares, dependendo de decisão municipal;
- de esplanadas;
- de ginásios (sem aulas de grupo);
- da prática de modalidades desportivas de baixo risco e actividade física ao ar livre até quatro pessoas.