Tiago celebra a cultura e a música num podcast capaz de produzir energia Nuclear

O podcast Nuclear celebra a pop, o disco, a música negra, a electrónica e o fado, numa junção de artistas improvável. O criador, Tiago Fortuna, quer pôr-nos a dançar, mas também a reflectir sobre a cultura e a sociedade, da emancipação do desejo feminino aos direitos das pessoas com diversidade funcional.

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Reuters/Reuters Photographer

As vozes de Billie Eilish, Elton John, Filipe Sambado ou Beyoncé criam harmonias numa união improvável, capaz de produzir energia Nuclear. O criador deste concerto impossível, em formato podcast, é Tiago Fortuna, de 27 anos, motivado pela vontade de partilhar a música que ouve e reflectir sobre a cultura e a sociedade.

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As vozes de Billie Eilish, Elton John, Filipe Sambado ou Beyoncé criam harmonias numa união improvável, capaz de produzir energia Nuclear. O criador deste concerto impossível, em formato podcast, é Tiago Fortuna, de 27 anos, motivado pela vontade de partilhar a música que ouve e reflectir sobre a cultura e a sociedade.

“A cultura é reflexo das nossas vidas. E é um motor para a evolução. É onde conseguimos pensar sobre quem somos e sobre o que é o progresso”, diz Tiago, que trabalha desde 2012 no sector cultural. A música, base do podcast Nuclear, é, acrescenta, um meio para navegarmos entre emoções.

No último episódio lançado, Nasty, Tiago reflecte sobre a emancipação do desejo feminino. “Quando pensamos em referências como a Madonna esquecemo-nos de uma mulher negra, como a Janet Jackson, que foi muito importante para que as mulheres tomassem a liderança na pop”, afirma, em entrevista ao P3. É na cultura pop que Tiago se sente mais confortável, e é de onde partirá para o disco, o indie, a música negra, electrónica e portuguesa.

O Nuclear surge, para Tiago, num ano de mudança profissional. A pandemia obrigou a uma pausa no trabalho enquanto assessor de imprensa na área da música, e dedica-se, agora, à acessibilidade cultural.

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Tiago Fortuna

“Eu tenho uma deficiência física, portanto sempre experienciei a cultura de forma diferente. O acesso à cultura não é igual para as pessoas com e sem uma deficiência”, explica Tiago Fortuna. “Ir aos espectáculos mas ficar numa plataforma tão longe do palco que não consigo ver o artista que tanto queria ver é muito frustrante.”

À dificuldade de encontrar lugares adaptados a pessoas com diversidade funcional, acrescem obstáculos financeiros, visto que, se alguém num festival precisar da ajuda de um assistente pessoal, terá de pagar dois bilhetes. O Nuclear, espera Tiago, poderá servir também como alerta para problemas sociais estruturais.

"Numa fase em que a actividade cultural está quase toda em suspenso, a nossa sociedade também fica em espera, retraída, contida”, comenta. “Todos ansiamos para voltar a usufruir da cultura. É a cultura que nos dá qualidade de vida. Dá-nos imenso prazer.”