Polícia britânico condenado por pertencer a grupo terrorista neonazi

É o primeiro agente policial britânico em funções a ser declarado culpado por um crime de terrorismo no Reino Unido.

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Benjamin Hannam tem 22 anos METROPOLITAN POLICE/Reuters

Um polícia britânico foi considerado culpado por pertencer a um grupo neonazi proibido e por possuir material extremista, incluindo o manifesto do assassino norueguês Anders Behring Breivik. É o primeiro agente policial britânico em funções a ser condenado por um crime de terrorismo no Reino Unido.

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Um polícia britânico foi considerado culpado por pertencer a um grupo neonazi proibido e por possuir material extremista, incluindo o manifesto do assassino norueguês Anders Behring Breivik. É o primeiro agente policial britânico em funções a ser condenado por um crime de terrorismo no Reino Unido.

Agente em estágio probatório na Polícia Metropolitana de Londres, Benjamin Hannam, de 22 anos, foi considerado culpado nesta quinta-feira. 

Pertenceu à National Action, uma organização de extrema-direita que foi banida em 2016, depois de ter louvado o homicídio de Jo Cox, uma deputada trabalhista que foi assassinada na rua por um homem nacionalista e obcecado por nazis.

A National Action foi o primeiro grupo de extrema-direita a ser proibido no Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial. 

Em 2018, um dos seus membros declarou-se culpado por ter planeado um outro homicídio de uma deputada, com uma espada, e por ter feito fazer ameaças de morte a um agente da polícia.

No âmbito do julgamento no tribunal de Old Bailey, em Londres, Hannam foi também condenado por ter mentido na ficha de candidatura e por possuir documentos de terrorismo, disse a polícia londrina. 

As restrições jurídicas sobre o caso foram levantadas na quinta-feira, depois de Hannam se ter declarado culpado de outras acusações relacionadas com a posse de imagens indevidas de uma criança.

Hannam, que foi suspenso das suas funções e está prestes a enfrentar uma audiência por improbidade, vai conhecer a sentença a 23 de Abril.

Os seus primeiros envolvimentos com a National Action remontam ao início de 2016, seis meses antes de a organização ser proibida. Mas Hannam continuou envolvido no grupo e no seu ramo NS131 após a proibição, disse à imprensa Richard Smith, chefe do Comando de Contra-terrorismo de Londres.

Hannam negou ter qualquer relação com grupos de extrema-direita quando fez o requerimento para aderir à Polícia Metropolitana, em 2018.

Facas e armas

Os investigadores descobriram o seu envolvimento com o grupo neonazi em Fevereiro de 2020, na sequência da divulgação de uma base de dados onde constavam os membros de um fórum online de extrema-direita, Iron March, no qual Hannam postara sob o nome “Anglisc”.

Hannam foi detido no mês seguinte, em sua casa, onde os oficiais encontraram um caderno de notas que aludia ao grupo de extrema-direita, um guia sobre como usar facas e armas, e o manifesto do norueguês Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas em 2011, naquela que foi a maior atrocidade cometida da Noruega em tempos de paz.

Os investigadores descobriram ainda que Hannam tinha participado em reuniões da National Action em pubs, em eventos de formação, e aparecido em vídeos online depois de o grupo ter sido banido. 

Ainda assim, nada sugere que tenha continuado a ter contacto com National Action depois de entrar para a polícia.

Smith explicou, porém, que as pessoas ficariam preocupadas por saber que alguém que foi membro de um grupo banido conseguiu tornar-se um agente policial, e a polícia agiu rapidamente logo que os seus antecedentes foram conhecidos.