E agora foi a vez de Paul Simon vender todo o seu catálogo de canções

Só nos últimos meses, nomes como Bob Dylan, Neil Young e vários membros dos Fleetwood Mac fizeram negócios semelhantes. Paul Simon fechou esta quarta-feira negócio com a Sony Music. Os valores envolvidos não foram revelados, mas serão da ordem das centenas de milhões de euros.

Foto
Paul Simon (à direita) com Art Garfunkel em 2003, no início daquela que era então a primeira digressão conjunta dos músicos em 20 anos AP/AP/BRAD C BOWER

Apesar de a história ser mais antiga, podemos dizer que Bob Dylan deu o pontapé de saída oficial em Dezembro, quando vendeu os direitos autorais do seu vasto catálogo (seis décadas de canções) à Universal Music por um valor estimado entre 300 e 400 milhões de dólares (entre 248 e 340 milhões de euros). Nos meses seguintes foram anunciados negócios semelhantes, envolvendo Neil Young, Dire Straits, os Blondie e vários membros dos Fleetwood Mac. Agora, novo gigante da música do século XX dá o mesmo passo: Paul Simon vendeu o seu catálogo à Sony Music, noticiou esta quarta-feira a editora. A quantia envolvida não foi revelada, mas aponta-se, tal como aconteceu com Dylan e Young, para um valor da ordem das centenas de milhões de euros.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Apesar de a história ser mais antiga, podemos dizer que Bob Dylan deu o pontapé de saída oficial em Dezembro, quando vendeu os direitos autorais do seu vasto catálogo (seis décadas de canções) à Universal Music por um valor estimado entre 300 e 400 milhões de dólares (entre 248 e 340 milhões de euros). Nos meses seguintes foram anunciados negócios semelhantes, envolvendo Neil Young, Dire Straits, os Blondie e vários membros dos Fleetwood Mac. Agora, novo gigante da música do século XX dá o mesmo passo: Paul Simon vendeu o seu catálogo à Sony Music, noticiou esta quarta-feira a editora. A quantia envolvida não foi revelada, mas aponta-se, tal como aconteceu com Dylan e Young, para um valor da ordem das centenas de milhões de euros.

O catálogo agora adquirido pela Sony Music recua até aos tempos iniciais de Paul Simon enquanto membro (e compositor) do duo Simon & Garfunkel, na década de 1960, e inclui todo o seu percurso a solo até ao presente. In Blue Light, o seu álbum mais recente, foi editado em 2018 e era composto de regravações de canções menos conhecidas do seu percurso.

Naquele mesmo ano, Paul Simon anunciara a sua despedida das digressões, justificando a decisão com o desejo de não passar largos meses afastado da família e com a dor causada pela morte de Vincent Nguini, o guitarrista camaronês que integrou a sua banda durante três décadas. O último concerto da digressão de despedida teve lugar a 22 de Setembro, no Flushing Meadows Corona Park, em Nova Iorque. Não se tratou, porém, de uma despedida dos palcos. Esporadicamente, em concertos especiais, o público poderá continuar a ter o privilégio de o ver actuar, como aconteceu em 2019, quando marcou presença no festival Outside Lands, em São Francisco.

Jon Platt, administrador da Sony Music Publishing, afirmou em comunicado que “Paul Simon é um compositor magistral e único, cujo excepcional corpo de trabalho exerce uma influência duradoura na nossa cultura e consciência”, detalhando ainda que, “dos standards de Simon & Garfunkel como Bridge over troubled water a clássicos a solo como Graceland, a música de Paul Simon ressoa profundamente como um marco cultural para pessoas de todo o mundo”.

Com este negócio, a Sony Music, para além de recolher para si os royalties relativos às canções (vendas de singles e discos, streaming, emissões radiofónicas), poderá licenciar livremente a sua utilização em filmes, programas televisivos ou anúncios publicitários.

Em artigo publicado na sequência da venda do catálogo de Bob Dylan à Universal, a Rolling Stone explicava que a multiplicação deste tipo de negócios surgia, da parte dos músicos, por uma combinação de factores, como sejam a brutal quebra de rendimentos decorrente da pandemia, que impossibilitou a realização de concertos e digressões, ou a incerteza em relação ao futuro, no que diz respeito aos royalties gerados pelo streaming, o formato dominante de audição musical no presente.

A venda de catálogos não se limita aos músicos mais veteranos. No último ano Shakira, The Killers, Imagine Dragons ou Calvin Harris fecharam negócios semelhantes.