Universitários exigem neutralidade carbónica de instituições de ensino superior até 2030
Núcleo de estudantes ambientalistas do Instituto Superior Técnico quer que as instituições do ensino superior se comprometam a alcançar a neutralidade carbónica até 2030. Objectivo é lutar contra “a maior ameaça existencial que a nossa espécie alguma vez enfrentou”.
Mais de 60 estruturas associativas estudantis associaram-se ao movimento “Carta Aberta do Ensino Superior pelo Clima”, que apela para que as instituições de ensino superior declarem emergência climática e exige que se comprometam a alcançar a neutralidade carbónica até 2030.
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Mais de 60 estruturas associativas estudantis associaram-se ao movimento “Carta Aberta do Ensino Superior pelo Clima”, que apela para que as instituições de ensino superior declarem emergência climática e exige que se comprometam a alcançar a neutralidade carbónica até 2030.
Em comunicado, o movimento nacional, liderado pelo núcleo de estudantes ambientalistas do Instituto Superior Técnico (AmbientalIST), afirma, esta quarta-feira, que a “comunidade estudantil pode ser motora para a mudança a larga escala”.
“Vivemos uma situação de emergência (...). Trata-se da crise climática e é a maior ameaça existencial que a nossa espécie alguma vez enfrentou, o que apenas reforça a imperatividade de a encarar com a maior brevidade e rigor possíveis”, salientam os estudantes na carta aberta dirigida aos líderes das instituições portuguesas de ensino superior.
Considerando que as instituições são “pólos de mudança e de pensamento crítico”, os estudantes defendem que estas devem encontrar-se “sempre na linha da frente da resposta aos problemas que a sociedade enfrenta”, em particular no caso da crise climática.
“Só conseguiremos resolver verdadeiramente esta crise através de um empenho colectivo a nível mundial, de medidas governamentais ambiciosas e de colaboração entre países e organizações supranacionais”, consideram. Nesse sentido, os estudantes pedem aos líderes das instituições para que “declarem emergência climática”.
“Este acto não poderá ser apenas simbólico e deverá, imperativamente, ser acompanhado de um compromisso sério de implementação de medidas concretas e coerentes com esta mesma declaração”, referem.
O movimento exige também que as faculdades “alcancem a neutralidade carbónica até 2030”, lembrando que este objectivo está em conformidade com o painel intergovernamental sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas para alcançar os objectivos do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.
“Estas reivindicações são assim realistas tendo em conta esses objectivos, além de estarem em linha com medidas que já estão a ser aplicadas em instituições de ensino internacionais, no âmbito de movimentos universitários de cariz semelhante”, acrescentam.
A carta aberta contava, esta quarta-feira, pelas 16h30, com 66 assinaturas colectivas e 1027 assinaturas individuais.