Comecemos por uma boa notícia: hoje em dia dá um bocadinho mais de trabalho assaltar o erário público e manipular o Estado. Há dez ou vinte anos, o dinheiro ia directamente para o bolso de alguém, em troca de favores evidentes. As pessoas mais sofisticadas usavam testas-de-ferro; as medianamente sofisticadas usavam membros da família; as nada sofisticadas recebiam malas com dinheiro. Hoje, felizmente, há um certo cuidado em disfarçar gastos estapafúrdios, embrulhando-os em práticas meritórias. Dois exemplos.
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Comecemos por uma boa notícia: hoje em dia dá um bocadinho mais de trabalho assaltar o erário público e manipular o Estado. Há dez ou vinte anos, o dinheiro ia directamente para o bolso de alguém, em troca de favores evidentes. As pessoas mais sofisticadas usavam testas-de-ferro; as medianamente sofisticadas usavam membros da família; as nada sofisticadas recebiam malas com dinheiro. Hoje, felizmente, há um certo cuidado em disfarçar gastos estapafúrdios, embrulhando-os em práticas meritórias. Dois exemplos.