Universidade de Aveiro testa novo sistema de aquicultura
A instalação-piloto deverá estar em operação no final de Abril.
A Universidade de Aveiro está a montar junto ao centro de recuperação de animais marinhos Ecomare, na Gafanha da Nazaré, Ílhavo, uma instalação-piloto de aquicultura multitrófica integrada.
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A Universidade de Aveiro está a montar junto ao centro de recuperação de animais marinhos Ecomare, na Gafanha da Nazaré, Ílhavo, uma instalação-piloto de aquicultura multitrófica integrada.
Numa área equivalente a uma piscina olímpica e com oito linhas de produção, o novo sistema de aquacultura funcionará em circuito fechado, com recirculação da água, “cumprindo objectivos de sustentabilidade, circularidade e biossegurança”, sendo objecto de estudo e demonstração.
O projecto, financiado em mais de um milhão de euros pelo Programa Operacional Mar 2020, consiste na instalação de diferentes linhas de produção, cada uma delas preparada para o cultivo de espécies de águas marinhas e salobras de três níveis tróficos diferentes, em circuito fechado.
“A água com nutrientes libertada no nível trófico anterior é aproveitada como input no nível trófico seguinte e no final da linha a água é reciclada e volta novamente ao início como input do nível trófico mais elevado”, descreve um comunicado de imprensa universidade desta terça-feira. O sistema assim estruturado, acrescenta-se, permitirá um controlo total dos parâmetros de produção e pode ser, teoricamente, instalado em qualquer lugar, independentemente da proximidade da costa, com níveis elevados de biossegurança.
Designado “Aquammin - Desenvolvimento e validação de um sistema de aquacultura modular multi-trófico integrado para espécies de águas marinhas e salobras”, a instalação procura, como o nome indica, conceber, implementar e validar um sistema de cultivo de natureza modular.
“Especial ênfase será colocada em espécies como o robalo, dourada ou gambas-tropicais, típicas do nível trófico mais elevado, vulgarmente alimentadas com ração que nunca é consumida na sua totalidade. A ostra, a serradela ou os pepinos-do-mar, espécies do nível trófico logo abaixo, serão usadas para aproveitamento da matéria orgânica particulada e, no primeiro nível trófico, dito dos produtores, serão produzidas espécies como a salicórnia (sem solo) e a alface-do-mar, que utilizam os nutrientes dissolvidos na água”, explica ainda a universidade.
Segundo o coordenador do projecto, Ricardo Calado, investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia, o sistema deverá estar em operação no final de Abril. O responsável indica que há já duas empresas interessadas em desenvolver estudos em parceria na instalação-piloto, “funcionando esta como uma montra onde a Universidade de Aveiro pode demonstrar ao sector aquícola nacional e internacional as suas soluções mais inovadoras para uma aquacultura sustentável”.