Presidente da AHETA demite-se por “falta de solidariedade institucional”
Demissão foi anunciada na sequência de declarações do ex-presidente da associação ao jornal Inevitável.
O líder da maior associação hoteleira do Algarve justificou esta segunda-feira a sua demissão com a “falta de solidariedade institucional” da restante direcção, reiterando que as declarações feitas numa entrevista à imprensa que estiveram na origem da demissão “são verdade”.
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O líder da maior associação hoteleira do Algarve justificou esta segunda-feira a sua demissão com a “falta de solidariedade institucional” da restante direcção, reiterando que as declarações feitas numa entrevista à imprensa que estiveram na origem da demissão “são verdade”.
Em causa está uma entrevista do presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, publicada na sexta-feira, que se debruçou sobre temas como a vacinação, as dificuldades do sector, a falta de apoio à região ou a forma como os prémios sobre turismo são atribuídos.
“A minha decisão fundamenta-se na falta de solidariedade institucional dos restantes membros da direcção, face à discordância de declarações que proferi a um órgão de comunicação social que, embora descontextualizadas, por serem verdade e do conhecimento público, reitero e confirmo”, afirmou Elidérico Viegas em comunicado.
O empresário vai esta segunda-feira apresentar ao presidente da Assembleia Geral da AHETA o seu pedido de exoneração das funções de presidente da direcção, cargo que desempenha há mais de vinte anos, desde a fundação da associação, tendo sido reeleito, sucessivamente, desde Agosto de 1995.
“Espero que os futuros responsáveis pelos destinos da AHETA saibam dar continuidade à defesa intransigente dos interesses dos empresários hoteleiros e turísticos do Algarve, bem como da região e da actividade turística em geral”, prossegue.
Após a publicação da entrevista no jornal Inevitável, foi realizada uma reunião da direcção da AHETA e os restantes membros manifestaram a sua discordância com as declarações de Elidérico Viegas, considerando num comunicado posterior, no sábado, que “não se revêem nem podem subscrever” as declarações do presidente.
“Em reunião imediatamente convocada, a direcção ouviu as explicações do senhor presidente e foi informada da sua intenção em se demitir deste órgão social da AHETA, demissão essa que será apresentada pelo próprio ao senhor presidente da assembleia-geral, na próxima segunda-feira, 29 de Março”, referia a nota.
Os restantes elementos da direcção da associação hoteleira reconheceram, no entanto, o “papel relevante” de Elidérico Viegas para a “defesa dos interesses das empresas turísticas do Algarve” e a “afirmação da AHETA como a mais influente e representativa associação empresarial da região”.
Os dirigentes que subscreveram o comunicado anunciaram ainda que vão propor à presidência da mesa da assembleia-geral da AHETA a convocação de eleições “no mais breve espaço de tempo” com o objectivo de “reforçar a capacidade de intervenção da associação, neste período crítico que as empresas turísticas algarvias estão e terão de continuar a ultrapassar” devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
Entre esses dirigentes estão Pedro Lopes, Joel Pais, Reinaldo Teixeira, Rúben Paula, Jorge Beldade, Luís Correia da Silva, Martinho Fortunato e José Queiroga Valentim.