Vai nascer um eco-hotel de luxo no Alentejo — e abre em 2022
São Francisco da Serra é o local escolhido para a construção desta “estrutura única” que alia a sustentabilidade ao conforto procurado nas férias. As obras deverão arrancar em Julho e a inauguração está prevista para Abril de 2022.
Em São Francisco da Serra, município de Santiago do Cacém, vai nascer uma “estrutura única” em Portugal: um complexo hoteleiro que combina o luxo com a sustentabilidade. O projecto Tellus— Rethinking Tourism, auxiliado pelo EEA Grants— mecanismo financeiro da Islândia, Liechtenstein e Noruega que apoia projectos europeus com o objectivo de reduzir disparidades sociais e económicas —, nasceu das mãos de Laura Moreira e Miguel Ferreira. A ideia passa por “ser uma referência na área do desenvolvimento do turismo sustentável”, baseada nos princípios da economia circular, ou seja, tudo será reaproveitado e o desperdício é zero.
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Em São Francisco da Serra, município de Santiago do Cacém, vai nascer uma “estrutura única” em Portugal: um complexo hoteleiro que combina o luxo com a sustentabilidade. O projecto Tellus— Rethinking Tourism, auxiliado pelo EEA Grants— mecanismo financeiro da Islândia, Liechtenstein e Noruega que apoia projectos europeus com o objectivo de reduzir disparidades sociais e económicas —, nasceu das mãos de Laura Moreira e Miguel Ferreira. A ideia passa por “ser uma referência na área do desenvolvimento do turismo sustentável”, baseada nos princípios da economia circular, ou seja, tudo será reaproveitado e o desperdício é zero.
As obras começam em Julho e a inauguração está marcada para o dia 22 de Abril de 2022. A nova unidade de turismo rural, que terá 12 quartos distribuídos por cinco edifícios, quatro suítes e quatro casas modulares, promete surpreender os amantes de destinos tranquilos. Até porque a oferta não fica por aqui. Para além das áreas de refeição e restauração do edifício principal, não faltarão áreas de lazer distribuídas pelos quatro hectares da propriedade e uma zona de spa.
Sem um único tijolo e com cimento apenas nas fundações, a componente essencial de toda a construção e decoração servirá o propósito do upcycling (reutilização criativa). As enormes janelas de vidro permitirão ao turista absorver toda a paisagem, mas é a madeira, com as suas “paredes de painéis de palha comprimida e membranas específicas de materiais 98% naturais”, o ex-líbris do projecto. “Quando pensamos numa economia circular, o lixo tem que sair do design”, afirma à Fugas Laura Moreira. “Se daqui a 50 anos não quisermos, podemos simplesmente retirar os painéis e utilizá-los numa construção própria, de uma casa ou para qualquer outro tipo.”
O complexo hoteleiro vai funcionar como um “laboratório vivo” sobre economia circular que oferecerá um vasto leque de experiências aos interessados, como workshops de compostagem e desperdício alimentar. Quem quiser aprender sobre arte e saberes tradicionais também não fica esquecido.
Localizado perto da aldeia de São Francisco da Serra, rodeado de natureza e próximo da praia, o complexo tem ainda como principal objectivo esbater a sazonalidade turística. “Queremos contrariar exactamente essa sazonalidade que existe no turismo em Portugal. [No Inverno], não temos praia para ir, mas existe uma série de actividades para fazer connosco e que dão mais cor às férias.”
Para os interessados, convém explicar desde já explicar que o projecto aposta no combate ao turismo de massas e, como tal, a capacidade estará limitada a 30 turistas. “As pessoas quando pensam em investimento pensam sempre em grande escala e nós não queremos a grande escala. Queremos fugir ao turismo de massas, queremos privacidade e queremos que seja regenerativo para ter um impacto ambiental positivo”, destaca Laura Moreira.
Os preços vão variar entre os 90 e os 250 euros por noite consoante o tipo de alojamento pretendido e a época do ano.
O projecto é uma parceria da Tellus Origo Serviços & Consultoria com a empresa norueguesa Reframe Arkitektur e representa um investimento de 1,3 milhões de euros. 500 mil euros provêm de um financiamento EEA Grants e o restante é dos proprietários da Tellus, Laura Moreira e Miguel Ferreira.