Arrendamento acelera no final de 2020 e subida das rendas abranda

Os novos contratos de arrendamento cresceram 19,4% no quarto trimestre de 2020 e o aumento do preço das rendas abrandou em termos trimestrais.

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Rui Gaudencio

O número de novos contratos de arrendamento aumentou 19,4% no quarto trimestre de 2020, face ao homólogo, mas o crescimento do valor das rendas diminuiu, face ao trimestre anterior, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

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O número de novos contratos de arrendamento aumentou 19,4% no quarto trimestre de 2020, face ao homólogo, mas o crescimento do valor das rendas diminuiu, face ao trimestre anterior, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com as Estatísticas de Rendas da Habitação ao nível local, “no quarto trimestre de 2020 a variação homóloga do valor da renda mediana de novos contratos foi positiva (+3,8%) no país, mas menor do que a observada no trimestre anterior (+5,2%), tendo, porém, o aumento do número de novos contratos de arrendamento (+19,4%) superado o registado no terceiro trimestre (+10,7%)”.

O INE destaca, no entanto, que a evolução das rendas no território nacional foi “muito heterogénea”, com 15 dos 24 municípios com mais de 100.000 habitantes a registar quebras nas rendas medianas.

Os municípios de Lisboa, Oeiras, Porto, Cascais e Amadora registaram os valores de contratos de arrendamento mais elevados e, simultaneamente, com diminuição homóloga de rendas medianas, que baixaram 9,1%, 8,1%, 7,7%, 3,7% e 2,7%, respectivamente.

Relativamente às taxas de variação homóloga das rendas medianas, 18 dos 24 municípios com mais de 100.000 habitantes registaram reduções, no quarto trimestre, relativamente às taxas observadas nos três meses anteriores.

As reduções foram mais intensas do que o padrão nacional (-1,4 pontos percentuais) em 14 municípios, com destaque para Santa Maria da Feira (-14,2 pontos percentuais), Gondomar (-12,8 pontos), Coimbra (-11,3 pontos), Sintra (-7,2 pontos) e Porto (-6 pontos).

Numa análise aos resultados de frequência semestral correspondentes aos últimos 12 meses acabados no semestre de referência, neste caso o segundo semestre de 2020, a Área Metropolitana de Lisboa, o Algarve, a Área Metropolitana do Porto e a Região Autónoma da Madeira registaram valores de renda em novos contratos acima do valor nacional, tendo-se verificado, em geral, uma tendência de abrandamento dos valores das rendas do primeiro e segundo semestres de 2020.

No segundo semestre do ano passado (últimos 12 meses), a renda mediana dos 79.878 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal atingiu 5,61 euros por metro quadrado (euros/m2), correspondendo a um aumento de 5,5% face ao período homólogo (no semestre anterior essa taxa tinha sido +9,3%).

Tal como no primeiro semestre do ano, verificou-se um aumento no número de novos contratos celebrados relativamente ao mesmo período do ano anterior, neste caso uma subida de 9,7%, depois do aumento de 3,8% no semestre anterior.

O valor das rendas situou-se acima do valor nacional nas sub-regiões Área Metropolitana de Lisboa (8,57 euros/m2), Algarve (6,63 euros/m2), Área Metropolitana do Porto (6,12 euros/m2) e Região Autónoma da Madeira (5,99 euros/m2).

À semelhança de semestres anteriores, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou cerca de um terço dos novos contratos de arrendamento (26.461), sendo que as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representaram, em conjunto, 50% do total de novos contratos do país e o Algarve 5,9%.

Já o Baixo Alentejo apresentou o menor número de novos contratos de arrendamento (448), no segundo semestre.