Calçada portuguesa: um chão-poema, uma arte em extinção
Descer uma avenida atentos ao rendilhado de pedras que se pisa pode ser uma descoberta constante. Da história às técnicas, da evolução estilística às marcas deixadas pelos calceteiros. De uma profissão em risco a uma identidade que se tenta preservar.
Os cubos brancos ordenam-se em fileiras mais ou menos alinhadas até que, ao chegar a cada desenho, feito a negro, a pedra vai-se estilhaçando em múltiplas formas, talhadas a paciência e esmero, para que o chão se transforme num tapete rendilhado ou, neste caso, numa “grega”, cartela inspirada nos frisos da Antiguidade, que desce as laterais do Parque Eduardo VII, em Lisboa. Daqui, ganha expressão a longitude repetitiva das faixas. Mas basta sentarmo-nos num dos bancos de jardim para que a mudança de perspectiva dê ao desenho “expressões completamente diferentes”, aponta o historiador António Miranda.
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Os cubos brancos ordenam-se em fileiras mais ou menos alinhadas até que, ao chegar a cada desenho, feito a negro, a pedra vai-se estilhaçando em múltiplas formas, talhadas a paciência e esmero, para que o chão se transforme num tapete rendilhado ou, neste caso, numa “grega”, cartela inspirada nos frisos da Antiguidade, que desce as laterais do Parque Eduardo VII, em Lisboa. Daqui, ganha expressão a longitude repetitiva das faixas. Mas basta sentarmo-nos num dos bancos de jardim para que a mudança de perspectiva dê ao desenho “expressões completamente diferentes”, aponta o historiador António Miranda.