Costa agradece a médicos alemães “magnífico gesto de solidariedade europeia”

Os profissionais de saúde alemães que desde Fevereiro deram apoio ao sistema de saúde português no combate à pandemia de covid-19 regressaram esta sexta-feira à Alemanha.

Foto
Os 26 profissionais de saúde estiveram em Portugal seis semanas LUSA/MARIO CRUZ

O primeiro-ministro, António Costa, agradeceu esta sexta-feira à equipa médica militar alemã que deu apoio ao sistema de saúde português no combate à pandemia de covid-19, sublinhando tratar-se de “um magnífico gesto de solidariedade europeia”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O primeiro-ministro, António Costa, agradeceu esta sexta-feira à equipa médica militar alemã que deu apoio ao sistema de saúde português no combate à pandemia de covid-19, sublinhando tratar-se de “um magnífico gesto de solidariedade europeia”.

“Agradeço à equipa médica militar alemã que ao longo de seis semanas trabalhou lado a lado com os nossos profissionais de saúde no combate à #covid19. Foi um magnífico gesto de solidariedade europeia. Vielen Dank [Muito obrigado]”, escreveu António Costa na rede social Twitter.

Os profissionais de saúde alemães que desde Fevereiro deram apoio ao sistema de saúde português no combate à pandemia de covid-19 regressaram esta sexta-feira à Alemanha.

O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e o embaixador da Alemanha em Portugal, Martin Ney, despediram-se da equipa alemã, que embarcou de regresso à Alemanha no aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa.

“Vão levar momentos difíceis, aqueles momentos em que tiveram de nos ajudar e em que salvaram vidas portuguesas, e, por isso, muito obrigado”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, na cerimónia de despedida que decorreu esta sexta-feira no Aeródromo Militar (AT1) de Figo Maduro, em Lisboa. "Esta é uma prova fiel da colaboração possível e desejável entre países europeus. Esta é uma Europa mais unida e mais solidária. É assim que se constrói uma Europa com mais colectivismo”, disse ainda Lacerda Sales.

“Obviamente, se algum dia precisarem de nós, cá estaremos para dizermos “presente” também”, afirmou, dirigindo-se à equipa de saúde que prestou apoio a doentes infectados com covid-19. 

Na quinta-feira, em declarações à agência Lusa, o porta-voz da equipa, Andreas Vossen, fez um “balanço muito positivo” da sua missão, com um total de 16 doentes tratados.

“O nosso balanço pessoal é muito positivo. Chegámos com vários profissionais de saúde experientes. Embora a equipa tenha sido criada especialmente para esta tarefa, os nossos procedimentos padrão fizeram com que rapidamente nos tornássemos um grupo bem coordenado”, declarou.

Esta equipa foi a segunda a operar em Portugal, em substituição da que chegou no dia 3 de Fevereiro. Inicialmente estava previsto que esta equipa fosse substituída, na semana passada, por uma terceira que ficaria em Portugal até ao fim do mês de Março.

Cada comitiva alemã foi constituída por 26 profissionais de saúde, entre os quais oito médicos, tendo a primeira trazido 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.

Segundo Andreas Vossen, durante a sua missão em Portugal, a equipa médica alemã tratou 16 pacientes infectados graves, a maioria deles durante várias semanas.

Os profissionais de saúde alemães trabalharam no Hospital da Luz, em Lisboa, desde 8 de Fevereiro, tendo ficado responsáveis em exclusivo pela Unidade de Cuidados Intensivos.

O processo de auxílio alemão a Portugal arrancou em 25 de Janeiro, na sequência de um pedido de ajuda da ministra da Saúde, Marta Temido, à ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer.

Na altura, a ministra da saúde justificou a opção de colocar a equipa de médicos militares alemães no Hospital da Luz com a possibilidade de poderem trabalhar todos juntos nas mesmas instalações.

A explicação foi dada por Marta Temido durante uma comissão parlamentar, em resposta a uma pergunta do Bloco de Esquerda sobre o motivo por que os clínicos alemães não tinham sido colocados numa unidade do Serviço Nacional de Saúde. De acordo com a ministra, o Hospital da Luz dispunha de instalações, mas não de profissionais de saúde.