Acordo PSD-CDS leva a demissões na concelhia centrista de Oliveira de Azeméis

Eleita pelo CDS, presidente da União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, vai candidatar-se como independente nas autárquicas.

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Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos subscreveram acordo chapéu para as autárquicas Nuno Ferreira Santos

O acordo chapéu entre o PSD e o CDS para as eleições autárquicas deste ano já teve consequências no partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos. A vice-presidente da comissão política concelhia do CDS de Oliveira Azeméis, Susana Mortágua, bateu com a porta e com ela demitiram-se Constantino Oliveira e Davide Oliveira, vogais da comissão política centrista.

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O acordo chapéu entre o PSD e o CDS para as eleições autárquicas deste ano já teve consequências no partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos. A vice-presidente da comissão política concelhia do CDS de Oliveira Azeméis, Susana Mortágua, bateu com a porta e com ela demitiram-se Constantino Oliveira e Davide Oliveira, vogais da comissão política centrista.

“Esta decisão que assumimos com total transparência e respeito pelos nossos princípios foi tomada depois da decisão do presidente da comissão política de concorrer às próximas eleições autárquicas em coligação com o PSD, o que lamentamos. Não concordamos com esta opção política (...) que fere o projecto alternativo do CDS”, lê-se num comunicado assinado pelos três militantes demissionários.

Nas últimas autárquicas, Susana Mortágua foi eleita presidente da União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, no concelho de Oliveira de Azeméis pelo CDS, mas nas próximas eleições municipais já decidiu que vai encabeçar uma candidatura independente e todo o executivo da união de freguesias fará parte da lista liderada pela autarca democrata-cristã que não acredita que o partido lhe aplique uma sanção por se candidatar como independente.

Segundo contou ao PÚBLICO, a decisão de avançar com uma candidatura alternativa à do seu partido foi tomada depois de um período de reflexão, envolvendo todos os autarcas eleitos para aquela união de freguesias que “não estão alinhados coma estratégia da concelhia”.

“A causa pública é a mais nobre das missões quando o seu sentido são as pessoas e a comunidade a que pertencemos. É esse sentido que nos amarra ao mais sério compromisso que abraçamos: a da União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz”, refere um comunicado assinado pelos três demissionários. “Não hesitamos no caminho porque é a nossa consciência que dita o que humildemente entendemos ser melhor para esta união de freguesias”, acrescenta o texto, que deixa elogios ao presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge (PS), pelo “espírito de colaboração” que tem manifestado.

Afirmando que há ainda um longo trabalho pela frente, a autarca explica ainda que a coligação entre PSD e CDS não lhes permite concretizar o projecto que a equipa delineou para a comunidade. “Concorreremos com uma lista independente agregadora e fortalecida pela experiência adquirida, certos de que a câmara municipal continuará, como nestes três anos e meio, a olhar para essa união de freguesias como ela merece e como poucas vezes foi olhada”, sublinha o texto.

O teor do acordo entre sociais-democratas e democratas-cristãos para as eleições autárquicas, assinado este mês, incide sobre aspectos financeiros e organizativos. Tanto Rui Rio como Francisco Rodrigues dos Santos assumiram que querem quebra a “hegemonia” dos socialistas a nível do poder local, mesmo que isso signifique apenas reduzir o actual diferencial de câmaras.