Bloqueio no Canal do Suez faz disparar custo do transporte marítimo

Navio encalhado está a perturbar o funcionamento de uma das principais vias do comércio internacional e a provocar um aumento dos custos de transporte da Ásia para a Europa.

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As taxas exigidas pelas empresas de transporte marítimo que operam entre a Ásia e a Europa estão a registar subidas acentuadas como consequência do bloqueio que se verifica actualmente no canal do Suez.

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As taxas exigidas pelas empresas de transporte marítimo que operam entre a Ásia e a Europa estão a registar subidas acentuadas como consequência do bloqueio que se verifica actualmente no canal do Suez.

De acordo com a agência Reuters, no caso do transporte de petróleo que normalmente é realizado através do Canal do Suez as taxas exigidas aumentaram mais de 70% durante os últimos dias, uma subida que pode vir a prolongar-se enquanto o bloqueio não for resolvido.

Neste momento, a navegação no Canal do Suez encontra-se totalmente suspensa. O navio MV Ever Given, com 400 metros de cumprimentos e 219 mil toneladas, encalhou a meio do estreito percurso e ficou numa posição que não permite a passagem de outros navios. O canal, construído no final do século XIX, desempenha um papel fulcral no transporte de produtos entre a Ásia e a Europa, estimando-se que cerca de 10% do comércio internacional utilize esta via. Os tanques de petróleo produzido no Médio Oriente são também habituais utilizadores do canal.

As empresas que realizam as operações de transporte já se encontravam nos últimos meses sob pressão para fazer face à procura e agora, com o incidente, têm navios em espera para atravessar o Canal do Suez e começam a ver-se forçadas a usar um percurso, contornando o continente africano passando pelo Cabo da Boa Esperança, em que incorrem em custos muito mais elevados.

Neste momento, decorrem trabalhos para tentar retirar o navio encalhado da sua actual posição, sendo ainda difícil prever quando é que poderá ser bem-sucedida. A enorme dimensão do navio de carga, um dos maiores do mundo, e as condições climatéricas adversas (que foram a causa para o incidente) fazem com que alguns especialistas receiem que a operação possa demorar semanas. A empresa detentora do navio, a Evergreen Marine, no entanto, dá sinais de estar mais confiante num desbloqueio rápido, em apenas alguns dias, aproveitando a evolução favorável das marés.

Nos últimos dias, verificou-se igualmente uma subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais, que espelha a perspectiva de dificuldades no fornecimento deste produto e de um agravamento dos custos associados ao seu transporte.