Primeiro ferryboat eléctrico português vai reduzir 300 toneladas por ano de CO2
Embarcação irá servir a população de São Jacinto, em Aveiro, e a sua construção estará a cargo de um grupo português, a partir dos estaleiros da Navaltagus, no Seixal.
Se tudo correr como previsto, dentro de ano e meio, o município de Aveiro deverá estar prestes a ser servido por um novo ferryboat que já vai merecendo algumas notas de destaque. Será o primeiro ferry eléctrico em Portugal e com um projecto 100% nacional, desde a concepção à engenharia, design e construção. Com esta embarcação, o município de Aveiro estima alcançar uma redução de 300 toneladas de CO2, por ano, para a atmosfera.
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Se tudo correr como previsto, dentro de ano e meio, o município de Aveiro deverá estar prestes a ser servido por um novo ferryboat que já vai merecendo algumas notas de destaque. Será o primeiro ferry eléctrico em Portugal e com um projecto 100% nacional, desde a concepção à engenharia, design e construção. Com esta embarcação, o município de Aveiro estima alcançar uma redução de 300 toneladas de CO2, por ano, para a atmosfera.
Este novo barco, cuja construção estará a cargo do grupo ETE, terá capacidade para transportar 19 viaturas (mais 30% do que o actual ferry) e 260 passageiros (mais 90 por cento). A apresentação do projecto, e a revelação das primeiras imagens 3D da futura embarcação, decorreu esta quinta-feira, nos Estaleiros da Navaltagus, no Seixal, a partir dos quais vai, então, ser construída a nova embarcação, que representa um investimento de cerca de 7 milhões de euros.
Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, congratulou-se com o facto de ter sido uma empresa portuguesa a ganhar o concurso público internacional daquele que é “o segundo maior investimento deste e do anterior mandato autárquico”. Para o autarca, não restam dúvidas quanto aos ganhos que a futura embarcação trará, especialmente no que à “redução da pegada ecológica” diz respeito, ainda para mais porque este projecto surge associado a outras iniciativas sustentáveis de mobilidade.
Uma delas, recorde-se, passa pela electrificação dos moliceiros — que ainda em 2021 estarão a operar nos canais urbanos da ria de Aveiro —, estimando-se uma redução de 400 toneladas de CO2.
Da parte do Grupo ETE, a concretização deste projecto é encarada como um passo decisivo para os seus estaleiros se especializarem na área do sector eléctrico. “A construção e a exploração do primeiro ferryboat eléctrico de Portugal, posiciona-nos na vanguarda da engenharia, permitindo-nos dar resposta a um desafio pioneiro na área da mobilidade”, destacou Luís Figueiredo, administrador do grupo. O empresário mostrou-se convicto de que este projecto “será apenas o primeiro passo de um caminho que alavancará o mercado da mobilidade eléctrica e da preocupação crescente com a sustentabilidade”.
Da parte da Câmara Municipal do Seixal também ficou uma nota de regozijo por o município, com fortes tradições na construção naval, “estar no caminho da inovação, o caminho das novas tecnologias ao serviço dos transportes”, destacou Joaquim Santos, presidente da autarquia.